Operação contra uso de celulares em presídio é filmada pelos detentos

Vídeo que está circulando nas redes sociais mostra detentos da PED (Penitenciária Estadual de Dourados) filmando ação da polícia contra uso de celulares dentro do presídio, nesta quinta-feira (14). Essa é a 2ª fase da Operação Nacional Mute, que tem como objetivo combater a comunicação ilícita de facções criminosas dentro do sistema prisional.

Na imagem que foi gravada por um preso, de dentro de uma das celas da penitenciária, mostra policiais armados com escudos, do outro lado do pavilhão, andando em fila no corredor.

Durante a ação, dava para ouvir barulho de disparos que saíram de armas de efeito moral, utilizada para despertar incômodos, tirando o poder de reação de um indivíduo.

Com cerca de 2,5 mil custodiados, a PED é o maior presídio de Mato Grosso do Sul. As vistorias iniciaram às 7h48 de ontem e contaram com a participação de cerca de 70 policiais penais, entre operacionais do Cope (Comando de Operações Penitenciárias), que atuam na retirada e contenção dos presos, e os servidores da penitenciária, que realizam as inspeções, além de integrantes da área de inteligência.

Os trabalhos deram continuidade à ação iniciada na segunda-feira (11), no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima, em Campo Grande, que teve participação de 80 policiais penais. Durante a batida, as equipes policiais interrompem a comunicação com uso de tecnologia que embaralha o sinal e, em seguida, fizeram as buscas por aparelhos celulares com revistas em pavilhões e celas.

O resultado das inspeções será divulgado pela Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais) ao fim dos trabalhos dessa 2ª fase da operação, em todos os estados, programado inicialmente para o próximo dia 18.

Em nota, a Agepen diz que as operações têm "justamente o objetivo de coibir e retirar os aparelhos telefônicos das unidades prisionais" e que tem realizado constantemente inspeções, "além de implantação de tecnologia na revista de visitantes, bem como monitoração constante para coibir e punir casos de corrupção".

Também informou que a próxima fase da operação "será o telamento superior de todos os presídios, o que vai ajudar a impedir a entrada de ilícitos por drones e arremessos, e, assim, contribuir com o objetivo do sistema prisional de Mato Grosso do Sul que é zerar as comunicações ilícitas nas unidades prisionais".

Tráfico – Durante a operação, os policiais penais encontraram quase um quilo de cloridrato de cocaína. Natan Pedroso Dauzaker, de 25 anos, que cumpre pena por tráfico e assalto, assumiu ser o dono do entorpecente, que estava em um buraco no piso da cela 12. O pavilhão, no entanto, é ocupado por presos do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Autuado em flagrante, Natan foi levado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário). Durante a averiguação policial, ele usou o direito de ficar em silêncio. Depois, foi levado de volta para o presídio.

Conforme o policial penal Rodrigo Rossi Maiorchini, diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), a operação visa erradicar a comunicação ilegal em presídios, reduzindo os riscos associados à atividade criminosa organizada dentro e fora das prisões. "Ao combater a comunicação ilegal entre detentos e organizações criminosas, estamos fortalecendo a segurança nas ruas, protegendo comunidades e prevenindo crimes que afetam diretamente a população”.

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