Pais são denunciados por torturar e chamar a própria filha de "urubu"
Denúncia chegou ao Conselho Tutelar e diz que mãe chegou a bater a cabeça da filha em uma pia
Vítima de constantes agressões físicas e psicológicas, conforme denúncia, uma criança de nove anos foi retirada da casa dos pais nesta sexta-feira (07), em Bataguassu, a 313 quilômetros de Campo Grande. A menina chegou a ser chamada de "urubu" pela própria mãe e teve os cabelos cortados, pois a mulher alegou que estava dando trabalho para pentear.
A vítima está sob os cuidados do Conselho Tutelar e o Campo Grande News não divulgará o nome dos envolvidos para preservar a identidade da criança, conforme estabelece o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
A denúncia chegou nesta sexta-feira e ao verificar, conselheiros tutelares encontraram a criança com hematomas no corpo. Ela foi ouvida preliminarmente e, conforme boletim de ocorrência, relatou as agressões sofridas.
Na quinta-feira (06), contou que foi agredida pela mãe, que também proferiu xingamentos como: "idiota", "imbecil", "anta" e "urubu". Ofensas feitas frequentemente, segundo a criança. O pai teve ciência das agressões e chegou a ver os hematomas, mas foi omisso, conforme o boletim de ocorrência.
A criança ainda relatou que em uma das agressões estaria penteando o cabelo, quando a mãe disse que ela estava fazendo errado, a pegando pelos cabelos e lançando sua cabeça contra a pia do banheiro. A menina apresentou um corte no supercílio, onde ficou uma cicatriz. De acordo com o site Cenário MS, em outra ocasião, a mãe cortou praticamente todo o cabelo da filha, porque era comprido e estava dando trabalho para pentear.
Depois da denúncia, a vitima foi incluída no programa de acolhimento do Conselho Tutelar, sendo retirada da casa dos pais a fim de evitar novas agressões por parte da mãe. A criança foi levada ainda na tarde de sexta-feira ao Pronto Socorro Municipal, para fazer exame de corpo de delito.
Além do Conselho Tutelar, o caso é acompanhado também pela Polícia Civil e pelo Poder Judiciário, sendo registrado na delegacia como tortura qualificada e omissão.