PF prende mandantes de ataque a acampamento e morte de cacique
Foram presos seis fazendeiros, um advogado e um servidor público municipal
A PF (Polícia Federal) prendeu seis fazendeiros, um advogado e um servidor público municipal de Ponta Porã pela morte do cacique Nísio Gomes, de 59 anos. No mês passado, outras dez pessoas foram presas pelo crime.
De acordo com o delegado Jorge André Figueiredo, a primeira ação foi para prender os que participaram do ataque ao acampamento indígena Guayviri, em Aral Moreira; hoje, as prisões estão vinculadas aos mandantes do ataque.
Os mandados de prisão preventiva foram cumpridos nesta quarta-feira em Ponta Porã. Os suspeitos estão sendo ouvidos por uma delegada de Campo Grande. Os presos devem permanecer na única cela da delegacia da PF, pois o presídio Ricardo Brandão foi parcialmente interditado. A cela tem sete metros quadrados e hoje chega à lotação de 15 presos.
A polícia ainda procura o local para o advogado, pois eles têm direito a prisão especial. Os nomes dos presos não foram divulgados pela polícia.
Ao todo, já foram presas 18 pessoas. Um deles é o dono da empresa segurança Gaspem, Aurelino Arce. A empresa é especializada em oferecer segurança a fazendeiros em áreas de conflito fundiário.
O ataque ao acampamento aconteceu em 18 de novembro do ano passado. Em dezembro, a PF indiciou quatro fazendeiros, um advogado, dois administradores de empresa de segurança e mais três seguranças.
Após o ataque, os índios afirmaram que Nísio foi executado e o caso ganhou repercussão nacional. Contudo, saque de um benefício que ele tem direito, feito em Brasília, sustentou a versão de que o cacique estava vivo. A PF suspeitava que ele estivesse no Paraguai.
Conforme o delegado, já foi esclarecido que o saque foi feito por um parente, que tinha o cartão e senha.