PF busca 10 suspeitos de envolvimento no desaparecimento de índio em Amambai
A Polícia Federal (PF) de Ponta Porã deflagrou na manhã de hoje uma operação para cumprir dez mandados de prisão preventiva em Dourados contra suspeitos de envolvimento no sumiço do cacique Nísio Gomes, 59 anos, da tribo Guayviri, em Aral Moreira, a 364 km de Campo Grande. Até o momento não há informações sobre quantos mandados já foram cumpridos.
Informações extra-oficiais apontam que nove pessoas já estão detidas na delegacia.
O cacique guarani-kaiowá está desaparecido desde o dia 18 de novembro do ano passado quando cerca de 40 homens armados e encapuzados invadiram o assentamento indígena agredindo e atirando os indígenas.
A operação é uma reviravolta no caso, mesmo que a Polícia Federal não declare que Nísio passou a ser considerado morto. No início o caso era avaliado pela PF como desaparecimento, pois não havia indícios de que ele estivesse morto. Investigações apontavam que o cacique poderia, inclusive, estar vivo.
Para os índios, Nísio foi assassinado por pistoleiros contratados por fazendeiros.
Após o registro de saque do benefício do cacique, feito no dia 14 de dezembro, em Brasília (DF), as expectativas sobre a possibilidade de Nísio estar vivo aumentou. À época, a linha da polícia seguia apegada ao fato de que o cartão do benefício é pessoal e a senha individualizada, porém, não descartavam que o saque pudesse ter sido feito por outra pessoa.
O caso está tramitando em segredo de justiça e por isso não podem ser divulgadas maiores informações sobre o andamento dos mandados. A PF deverá divulgar um balanço no fim da tarde e o inquérito será encaminhando novamente ao MPF (Ministério Público Federal) para apreciação.