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Interior

Pistoleiros que mataram mecânico foram fotografados em barreira

Autores do crime em MS voltavam para Rondônia quando foram parados na estrada; eles foram presos hoje

Helio de Freitas, de Dourados | 20/06/2023 11:52
Os três acusados em posto da PRF entre Rondonópolis e Cuiabá, dois dias após o crime (Foto: Divulgação)
Os três acusados em posto da PRF entre Rondonópolis e Cuiabá, dois dias após o crime (Foto: Divulgação)

Os três pistoleiros que mataram o mecânico Gabriel Vitor da Silva Moraes, 24, no dia 29 de abril deste ano em Dourados (a 251 km de Campo Grande), foram abordados e fotografados pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) quando voltavam para Rondônia.

Dois dias após o crime em Mato Grosso do Sul, eles seguiam em uma caminhonete Toyota Hilux branca e foram parados no posto da PRF na BR-163, entre Rondonópolis e Cuiabá, em Mato Grosso.

Através de informações do serviço de inteligência, a polícia já sabia que o trio era suspeito do assassinato. Os três homens, no entanto, acharam que se tratava apenas de abordagem de rotina.

Na manhã de hoje (20), Valdiclei Barbosa de Oliveira, 29, Aguinaldo Vioto Terras, 42, e Sonival Carlos dos Santos, 41, foram presos em Ji-Paraná (RO) no âmbito da Operação Queima de Arquivo, deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul com apoio da Superintendência da PRF em MS, PRF em Rondônia e Polícia Civil daquele estado.

O nome da operação é relacionado à suspeita da polícia de que Gabriel foi morto como “queima de arquivo”, a mando de ex-parceiros de crime em Rondônia, de onde o rapaz tinha vindo menos de dois meses antes de ser assassinado.

Oficina onde mecânico foi morto a tiros, no dia 29 de abril (Foto: Adilson Domingos)
Oficina onde mecânico foi morto a tiros, no dia 29 de abril (Foto: Adilson Domingos)

Ficaram na fronteira - Os investigadores descobriram que os três pistoleiros vieram de Rondônia para Mato Grosso do Sul e, para não chamar atenção, se hospedaram em Ponta Porã. Da cidade fronteiriça, vieram até Dourados para fazer reconhecimento do local onde Gabriel trabalhava e voltaram a Ponta Porã. Foi na fronteira com o Paraguai que os bandidos compraram o Onix preto usado na execução.

No dia anterior ao crime, os três pistoleiros rondonienses voltaram para Dourados, assassinaram o mecânico na oficina onde o rapaz trabalhava e depois abandonaram o Onix na área central da cidade. O carro é um “dublê”, ou seja, usa placas de outro modelo idêntico.

Com a Toyota Hilux branca, Valdiclei, Aguinaldo e Sonival retornaram para Ji-Paraná, a 2.053 km de Dourados. Dois dias após o crime, foram abordados pela PRF, foram fotografados e tiveram as identidades anotadas. Eles não sabiam, mas naquele momento já eram suspeitos da execução em Dourados.

Conforme o delegado Erasmo Cubas, chefe do SIG (Setor de Investigações Gerais) da 1DP de Dourados, no Onix abandonado em Dourados, foi encontrado um carregador de pistola. Os policiais também coletaram imagens e documentos indicando o envolvimento dos três homens no assassinato.

Armas e dinheiro apreendidos hoje em Ji-Paraná (Foto: Divulgação)
Armas e dinheiro apreendidos hoje em Ji-Paraná (Foto: Divulgação)

Bandidos perigosos – Os dados foram compartilhados com a Polícia Civil e a PRF em Rondônia, que iniciaram trabalhos de inteligência para localizar os suspeitos. Segundo a polícia douradense, tratam-se de criminosos perigosos e conhecidos na região, investigados por tráfico e homicídio.

Conforme o delegado do SIG, os levantamentos duraram cerca de 20 dias, tendo em vista que os criminosos mudavam de endereços para não serem localizados. Além disso, tinham vários imóveis em seus nomes, casas não habitadas por ninguém, justamente para dificultar a localização.

De posse dos mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos pelo juiz Deyvis Ecco, da 3ª Vara Criminal de Dourados, policiais douradenses, com apoio de equipes de Rondônia, deflagraram a operação na manhã de hoje e prenderam os três suspeitos.

Durante as buscas, foram apreendidos veículos, armas de fogo e celulares, além de valores em dinheiro vivo. As investigações continuam. Os pistoleiros ficarão presos em Rondônia.

Sonival Carlos dos Santos, no momento em que foi preso (Foto: Divulgação)
Sonival Carlos dos Santos, no momento em que foi preso (Foto: Divulgação)


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