PM dá prazo até segunda para famílias desocuparem casas invadidas há 25 dias
Representantes das 1.300 pessoas que ocupam 450 moradias do “Minha Casa, Minha Vida” se reuniram hoje com comando da PM
As 1.300 pessoas que em abril invadiram 450 moradias do programa “Minha Casa, Minha Vida” em Dourados, a 233 km de Campo Grande, têm até a próxima segunda-feira, dia 11, para deixarem o local pacificamente. Caso contrário, na terça-feira a Polícia Militar fará o despejo com apoio de homens do batalhão de choque. O mandado de reintegração de posse foi concedido no dia 14 do mês passado pela juíza da 4ª Vara Cível, Daniel Vieira Tardin.
O prazo foi dado durante reunião na manhã de hoje na Subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) entre representantes faz famílias e o comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Carlos Silva. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Márcio Fortini, acompanhou.
Também estavas presentes um representante da empresa LC Braga Incorporadora, responsável pela construção das casas, que ainda não tinham sido concluídas quando foram invadidas, e uma assistente social da prefeitura.
“Ficou decidido que até segunda-feira eles têm que sair das casas. Na terça-feira vamos com um oficial de Justiça ao local para verificar se eles vão sair por bem ou não. A partir disso aí, já poderemos mobilizar o efetivo do choque [batalhão de choque] para cumprir a ordem judicial. Os representantes das famílias presentes na reunião entenderam que devem sair das casas, mas a decisão será tomada pela maioria. Acreditamos numa saída pacífica”, afirmou Carlos Silva ao Campo Grande News.
O comandante da PM disse que o prazo para desocupação das casas terminaria nesta semana, mas ele pediu uma prorrogação ao secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Sílvio César Maluf. “Devido ao Dia das Mães, o secretário autorizou estender o prazo e as famílias agora precisam sair até segunda”.
Famílias - Diego Alves da Silva, um dos líderes do movimento presentes na reunião, informou que o prazo dado pela PM será informado ainda hoje para todas as famílias para decidam se irão ou não desocupar as casas pacificamente. “O problema é que não existe outro local para ficarmos. Ainda vamos tomar uma decisão, mas se não tiver para onde ir a gente não vai sair”, afirmou ele nesta tarde.
Segundo Diego, as famílias esperam que a prefeitura providencie outra área onde possam se instalar provisoriamente. Se o município não disponibilizar essa área, os sem-teto prometem inclusive acampar em frente à sede da prefeitura, que fica próxima ao residencial invadido, ou até mesmo na Praça Antonio João, no centro de Dourados.