Policial ligado a contrabandistas enfrenta processo disciplinar, diz PM
Em nota, Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul diz que vem adotando medidas para reforçar valores institucionais
O policial militar Joacir Ratier de Souza, acusado de trabalhar para contrabandistas de cigarro da fronteira com o Paraguai, enfrenta procedimento denominado “conselho de disciplina” e pode até ser excluído das fileiras da corporação.
A informação é da Polícia de Mato Grosso do Sul, em nota encaminhada ao Campo Grande News pela assessoria de comunicação.
Acusado de trabalhar para um dos “patrões” do contrabando na Linha Internacional, o ex-PM Fábio Costa, o “Pingo”, Ratier foi preso no dia 20 de setembro do ano passado, na Operação Nepsis, da Polícia Federal.
Ele e outras 25 pessoas, incluindo três patrões contrabando presos no mesmo dia, se tornaram réus por contrabando, corrupção passiva e ativa, organização criminosa e outros crimes. A ação penal tramita em segredo de justiça, na 1ª Vara Federal em Ponta Porã.
Ratier é apontado nas investigações da PF e na denúncia do Ministério Público Federal como “policial garantidor pagador”, ou seja, tinha como missão garantir a passagem das cargas de cigarro e para isso repassava o dinheiro de propina aos companheiros de farda.
Em abril do ano passado, ele foi flagrado pela PF com R$ 94 mil quando viajava de carro de Ponta Porã para Dourados. O dinheiro seria usado para pagar propinas a policiais de Dourados e Douradina, segundo documentos revelados ontem pelo Campo Grande News.
“A PMMS não coaduna com nenhum tipo de desvios por parte dos seus policiais militares, procedendo à apuração rigorosa sobre todas as irregularidades cometidas pro seus integrantes, quando de seu conhecimento”, afirma a Polícia Militar, na nota enviada pela assessoria.
Ainda de segundo a corporação, o conselho de disciplina contra Ratier é conduzido pela Corregedoria da Polícia Militar. “A PMMS vem adotando medidas internas de reforço aos valores institucionais que convergem diretamente à observância das leis e consequente melhoria da prestação de seu serviço à sociedade sul-mato-grossense”, diz a corporação.
Vários outros policiais militares foram presos na mesma operação, mas os nomes não foram revelados, já que o caso está em sigilo.