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Interior

Preso na fronteira com MS, bandido é isolado em penitenciária federal

Expulso do Paraguai e procurado por nove mortes, Nego Jackson chegou ontem ao presídio de Cascavel, onde vai ficar isolado para não manter contato com a facção gaúcha

Helio de Freitas, de Dourados | 03/02/2017 11:58
Momento em que Marcos e Nego Jackson embarcavam em avião da Polícia Federal (Foto: ABC Color)
Momento em que Marcos e Nego Jackson embarcavam em avião da Polícia Federal (Foto: ABC Color)

Jackson Peixoto Rodrigues, 34, o Nego Jackson, que até janeiro deste ano era o bandido mais procurado do Rio Grande do Sul, vai ficar isolado no presídio federal de Cascavel (PR). Com a medida, a polícia espera impedir o contato dele com a facção criminosa que fundou no estado gaúcho.

Réu por assassinato em nove processos e acusado de formação de quadrilha e tráfico de drogas, Nego Jackson foi expulso ontem (2) do Paraguai e entregue à Polícia Federal brasileira.

Ele e seu principal comparsa, Marcos da Silva Oliveira, foram trazidos de Assunção em um avião da PF. Marcos foi levado para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas, na região metropolitana de Porto Alegre.

Juntamente com outros dois bandidos gaúchos, Jackson e Marcos foram presos no dia 12 de janeiro deste ano em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (MS).

A polícia do Paraguai chegou à quadrilha através do rastreamento do telefone celular de um deles durante as investigações do assassinato de Paulo Jacques, 41, e da noiva dele, a douradense Milena Soares Bandeira, 21. Os dois foram executados a tiros no dia 2 de janeiro deste ano na capital paraguaia. Jacques trabalhava para o narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenez Pavão, que está preso em Assunção.

Identidade falsa – Nego Jackson e Marcos usavam documentos falsos, o que facilitou os trâmites para a expulsão do país vizinho. Como não existem provas do envolvimento deles com a dupla execução, eles poderiam sair da prisão em breve, o que deve ocorrer com os outros dois bandidos da quadrilha que permanecem no Paraguai.

De acordo com a polícia gaúcha, Nego Jackson foi o responsável por arregimentar diversas quadrilhas para fazer frente ao PCC (Primeiro Comando da Capital) em Porto Alegre e região metropolitana e considerado o pivô da atual guerra de facções na capital gaúcha.

Decapitados – A prisão de Nego Jackson e Marcos, no entanto, não mudou a realidade do crime naquele estado. Em janeiro deste ano, a Polícia Civil registrou 95 assassinatos naquela cidade.

Com o chefe preso no Paraguai, a aliança de facções passou ser comandada por outros bandidos, ainda mais violentos, que adotaram o método de decapitação dos rivais. No mês passado, sete pessoas foram encontradas esquartejadas na região metropolitana de Porto Alegre, quatro delas decapitadas.

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