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Interior

Privilégio gera crise e prefeito da fronteira vai para destacamento militar

José Carlos Acevedo teve prisão decretada após cruzar fronteira ilegalmente no Dia das Mães para visitar parentes em Ponta Porã

Helio de Freitas, de Dourados | 11/05/2020 14:26
Momento em que José Carlos Acevedo deixava sua casa para ser levado de ambulância para quartel militar (Foto: Marciano Candia)
Momento em que José Carlos Acevedo deixava sua casa para ser levado de ambulância para quartel militar (Foto: Marciano Candia)

Gerou crise política a “saidinha” do prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo, para passear na casa de parentes em Ponta Porã no Dia das Mães. Por cruzar a fronteira ilegalmente, já que o Paraguai está em quarentena por causa da pandemia do novo coronavírus, Acevedo teve a prisão decretada.

Hoje cedo ele foi notificado, mas por decisão do Ministério da Saúde daquele país, deveria cumprir o isolamento de 14 dias em casa. Mas a regalia ao político do Partido Liberal gerou críticas ao governo e ao Ministério Público, já que todos os cidadãos paraguaios que retornam ao país são obrigados a ficar de quarentena em albergues, onde centenas estão recolhidos atualmente.

No início desta tarde, a promotora Camila Rojas determinou que o prefeito fosse levado para outro local, já que em Pedro Juan Caballero não há albergues para cumprir a quarentena. Por volta de 14h, Acevedo foi levado de ambulância até o destacamento militar na cidade de Concepción, a 220 km de Pedro Juan Caballero.

A ordem foi cumprida por agentes da Polícia Nacional. O político saiu de casa levando uma mala. Acevedo terá de ficar no local pelo menos até o dia 25 deste mês. Pedro Juan Caballero tem 11 casos de coronavírus. Em Ponta Porã são dois casos confirmados.

O diretor da 13º região sanitária do Paraguai Nelson Collar, que de manhã foi até a casa do prefeito para comunicá-lo da quarentena obrigatória, classificou de irresponsável a medida tomada por José Carlos Acevedo. No domingo, o prefeito passou pela barreira do Exército e cruzou a fronteira livremente.

Nesta segunda-feira, o presidente do Paraguai Mario Abdo Benítez determinou troca no comando militar local por causa do episódio. Acevedo deve ser denunciado formalmente por descumprir a quarentena e corre risco de perder o cargo. Ele é prefeito de Pedro Juan Caballero desde 2015 e o mandato termina neste ano.

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