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Interior

Suspeito de atirar em advogado denunciou ameaça da vítima

Em janeiro, Eliseu Nunes, o “Neno”, contou a polícia que o seu ex-sócio teria contratado dois homens para matá-lo

Adriano Fernandes e Helio de Freitas | 18/08/2020 22:42
Antônio Franco da Rocha, de 83 anos, foi baleado com dois tiros nesta terça-feira pelo ex-sócio. (Foto: Reprodução/Folha de Dourados)
Antônio Franco da Rocha, de 83 anos, foi baleado com dois tiros nesta terça-feira pelo ex-sócio. (Foto: Reprodução/Folha de Dourados)

Apontado como autor dos disparos que atingiram o advogado Antônio Franco da Rocha, de 83 anos, durante briga na tarde desta terça-feira (18) em Dourados, Eliseu Nunes da Silva, de 62 anos, o “Neno”, já havia sido ameaçado de morte pelo advogado por pelo menos duas vezes. Dois boletins de ocorrência sobre as ameaças, já haviam sido registrados na Polícia Civil de Dourados entre os meses de dezembro de 2019 e janeiro deste ano.

O primeiro deles foi registrado pelo filho do suposto atirador, no dia 26 de dezembro, depois que o rapaz, de 26 anos, flagrou a sua mãe, ex-esposa de “Neno”, saindo de carro com Antônio Franco da residência do advogado. Naquela época a família já sabia do caso extraconjugal dos dois.

Conforme apurado pela reportagem, na ocasião, o advogado teria dito que se sentisse ameaçado pelo rapaz ou por Eliseu, iria mandar matá-los. Nesta primeira ocorrência Eliseu já foi qualificado como vítima, mas o seu filho é quem fez a denúncia. Contudo, dez dias depois, em 5 de janeiro, o próprio Eliseu é quem procurou a delegacia. Na nova ocorrência, Neno contou a polícia que após chegar de viagem foi informado pelo casal de filhos, que Antônio teria contratado dois homens para matá-lo.

Ainda conforme apurado pelo Campo Grande News, no registro policial, Neno teria dito que no dia seguinte ao que ele registrou a ocorrência, sua ex-mulher e o advogado, também iriam procurar a polícia alegando que ele é quem estaria ameaçando o casal. Neste boletim, Eliseu informou a polícia que estava separado da mulher desde o final do ano de 2019.

Neno é dono de um ferro velho em Dourados e, inclusive, já foi sócio do advogado, mas a relação de amizade teria sido rompida justamente após a suposta descoberta do caso entre o advogado e a mulher do autor dos disparos.

A briga teria feito com que Neno procurasse a polícia e acusasse Rocha de encomendar a morte da própria mulher a pauladas em 2003, durante um falso assalto. Na ocasião, um cofre com joias foi levado da residência onde a mulher foi assassinada. A acusação feita por Eliseu fez com que a Polícia Civil reabrisse a investigação e Antônio Franco já é visto como suspeito do crime.

Baleado – Na tarde desta terça-feira, os dois estavam no escritório de Rocha quando se desentenderam. O advogado foi ferido por dois tiros, que atingiram a altura da cintura. Ele foi levado para o Hospital Santa Rita e seu quadro de saúde e considerado estável. Já Neno fugiu logo em seguida e está sendo procurado por investigadores do SIG (Setor de Investigações Gerais) da Polícia Civil.

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