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Interior

Vereador ataca colega e diz para usar “restante do corpo igual usa a língua"

O caso aconteceu nesta segunda-feira durante sessão na Câmara Municipal

Por Viviane Oliveira | 12/03/2024 11:36


Vereadora de Cassilândia, distante 419 quilômetros de Campo Grande, Sumara Leal (PDT), desabafou nas redes sociais após ter o microfone cortado pelo presidente da Câmara, Arthur Barbosa Souza Filho (União Brasil), e, ainda, ouvir que deveria usar o restante do corpo para trabalhar em prol da sociedade, “igual usa a língua para difamar”. O caso aconteceu ontem (11) durante sessão. Assista, acima, ao vídeo.

Depois de um desentendimento entre os dois, o vereador cortou o microfone da colega alegando que Sumara havia fugido da pauta da reunião. Ao final da sessão, o presidente parabenizou as mulheres, em razão do Dia Internacional da Mulher, e na sequência ofendeu a vereadora.

“Vocês são dignas de representação e de meu respeito como mulheres. E dizer que se usasse o restante do corpo para trabalhar em prol da sociedade igual usa a língua para difamar, de repente o município seria muito melhor”, afirmou.

Nas redes sociais, a vereadora disse que foi vítima de machismo, não imaginava passar por isso e sentiu na pele o que muitas mulheres passam. “Confesso que dessa vez me assustei. A gente não deve se calar, a gente deve se unir. Eu vou continuar sendo forte. Continuarei representando vocês com a minha língua e com a minha fala, e não com o restante do meu corpo”, disse.

Segundo Sumara, em 1 ano que o vereador vem presidindo a câmara nunca havia suspendido a fala de ninguém. "Todos os nobres sempre falaram o que quiseram, saíam dos assuntos e nunca tiveram o microfone cortado. Só que isso não é a surpresa. Eu já esperava isso. A minha surpresa foi no final da fala dele. Ele disse que eu deveria usar o restante do meu corpo ao invés da minha língua. A minha língua é o meu direito de fala com autoridade legislativa, eu tenho esse direito garantido por lei".

À reportagem, o presidente da câmara disse que infelizmente foi mal interpretado. "A frase não foi direcionada a vereadora. Quis dizer que a gente pode contribuir com o município trabalhando com o corpo e não só falando. Jamais quis denigrir a imagem da parlamentar. Sou casado, tenho uma filha e jamais desrespeitei uma mulher", afirmou.

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