Líder dos 'gatos' desenvolvia sistema para furtar energia por controle remoto
Ao todo, Operação 'Curto Circuito' da Polícia Civil prendeu 18 pessoas em Campo Grande e três cidades próximas
Destreza e facilidade com informática. Características que tornaram o eletricista Duedes Henrique de Almeida, 52 anos, um especialista em “gatos”. Ele era chefe da quadrilha que furtava energia em Campo Grande.
Segundo a Polícia Civil, Almeida era tão especialista que estava criando sistema de furto de energia por controle remoto. Para fazer os gatos, ele cobrava R$ 500 em média.
O eletricista foi um dos 18 presos durante a operação Curto Circuito, deflagrada nesta sexta-feira (2) pela Polícia Civil em Campo Grande, Sidrolânida, Ribas do Rio Pardo e Terenos.
De acordo com a Polícia, as investigações começaram em outubro do ano passado. Os crimes foram descobertas por meio de interceptação de ligações telefônicas autorizadas pela Justiça.
Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos em 45 locais, dentre eles madeireiras, conveniências e lojas de materiais para construção. Os gatos foram localizados em 18 deles.
Apenas três pessoas ainda continuam presas. As outras 15 foram soltas após pagamento de fiança, já que o crime é de furto.
Conforme a Polícia Civil, desde que a operação foi deflagrada, a Enersul recebeu centenas de ligações de pessoas denunciando os próprios "gatos". As linhas da central de atendimento congestionaram com o volume.
De acordo com o delegado Fernando Nogueira, que coordena a operação, por mês o estado perde R$ 8 milhões com aproximadamente 35 mil furtos de água e energia.
Ainda segundo ele, as fraudes são feitas por uma rede organizada. Tem o intermediário, o fraudador, o beneficiário e agenciador que vai atrás dos clientes.