Lotéricas “premiadas” viram símbolo da sorte para quem aposta na mega
Vale tudo para conseguir o tão sonhado prêmio. Lotéricas da Capital e do interior ficaram famosas após renderem premiações
É final de ano e a sorte está lançada. Para muitos brasileiros, foi lançada nas lotéricas, que guardam, em meio à ansiedade, as apostas de quem espera o tão sonhado prêmio de R$ 280 milhões da mega da virada. Para concorrer ao dinheirão, vale de tudo e os apostadores enxergam nas lotéricas vencedoras, aquelas que já renderam prêmios, um símbolo de sorte. É o caso de lojas da Capital e do interior do Estado.
Na Rua Rui Barbosa, em Campo Grande, a Ferradura da Sorte rendeu R$ 36 milhões para um “bolão” de última hora, que faturou a mega da virada que inaugurou o ano de 2017. Proprietário do local, Edson Ekamoto, 56, afirma que a data permanece firme na memória.
“Na hora de fazer o bolão faltou um pouco de dinheiro, correram para buscar e isso ficou marcado. Era nosso primeiro ano na lotérica. Usamos essa propaganda o ano inteiro depois”, comenta. A aposta vencedora, relata, atrai os supersticiosos até hoje. “Muita gente vem do interior só para comprar aqui. Teve o caso de uma pessoa que falou: ‘meu sonho era sempre vir aqui”.
A “pé quente” de Jardim – Foi uma aposta simples, no valor de R$ 3,50, que ganhou o prêmio de R$ 78 milhões da Mega-Sena em setembro de 2017. O endereço da sorte foi a Lotérica Bolão, a única do município de Jardim, a 233 km de Campo Grande.
Por lá, até hoje, há mistério em torno do nome do ganhador. Secretária da lotérica, única da cidade, Elizabete Arrua, afirma que os boatos preenchem a cidade. "Falam em vários nomes, de pessoas que sumiram depois do prêmio. Mas nunca ninguém confirmou ou voltou aqui para contar que ganhou", diz.
A funcionária que registrou a aposta milionária já trabalha na lotérica há 7 anos e ganhou fama de pé quente. Durante todo o ano as apostas seguem firmes, constantes, mas nestes dias dobram, não só pela procura dos moradores, mas de muitos turistas que passam pela cidade.
R$ 33 milhões na região central – Na região central de Campo Grande, na Rua 14 de Julho, uma propaganda da quina da mega, no valor de R$ 118 mil, não chega nem perto do grande símbolo da casa. Uma cliente conversa com uma das atendentes: “foi em maio né?”. Ela refere-se ao prêmio de R$ 33 milhões que ocorreu na lotérica Quina de Ouro em maio de 2016.
Sorridente, a gerente Kelby Devicari, 51, guarda, até hoje, o folder enorme que exibe o bilhete ganhador. “Foi um bolão da casa, 14 pessoas. Vem muita gente por causa disso, nossa, o povo fica enlouquecido. O pessoal tem aquele mito que não sai, aí vê que sai e se anima”, comenta.
“Chegam aqui e perguntam: ‘ah, mas fala qual foi o tipo de bolão, tem aquele que ganhou’?”, explica a gerente. Para ela, a propaganda é sempre “um ponto a mais”. À época do prêmio, relata, o movimento aumento “200%”. “Esse ano quase pegamos de novo, faltou um numerozinho só”, brinca ela, sobre a sorte da lotérica.
O ano de 2016 rendeu prêmios em Campo Grande. A Lotérica Campo Grande, no Comper da Rua Brilhante, foi o local onde sortudos levaram prêmio de R$ 84 milhões da lotofácil da independência, o que deu fama ao local. E não é a primeira vez. Em 2015, ali, também saiu prêmio.
“Faz diferença, ainda mais nos dias que antecedem a premiação. Vários vêm até aqui, especialmente quando é da independência. Amigos de quem ganhou também vêm. Na época fizemos uma faixa, colocamos até na TV, a gente divulga mesmo. As pessoas chegam querendo saber qual foi a máquina que fez o jogo premiado, qual a vendedora”, conta a gerente Andreia Gomes.
“Aqui somos pé quente” – Melhor que a faixa de uma premiação de R$ 25 mil exibida na frente da Lotérica Jardim dos Estados, é o ânimo e a auto confiança das vendedoras Márcia Benitez, 48 e Carolina Antunes, 31.
O prêmio apesar de pequeno, virou sinônimo de sorte e atrai muitos apostadores, relata Márcia, que já trabalha na Casa há 19 anos. “A gente tirou cópia do bilhete e deu uma alavancada nas vendas”, conta. A lotérica também já foi responsável por render prêmio de R$ 1,5 milhão.
Responsável pela última venda que rendeu a “quina da sorte”, Carolina ficou notória. “Ganhei até R$ 100 de um dos ganhadores”, afirma. “Nós somos pé quente”, ri Márcia, que emenda: “faziam fila para comprar só com ela, mas eu sou a paraguaia mais pé quente dessa lotérica”.