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Cidades

Lotéricas “premiadas” viram símbolo da sorte para quem aposta na mega

Vale tudo para conseguir o tão sonhado prêmio. Lotéricas da Capital e do interior ficaram famosas após renderem premiações

Izabela Sanchez | 29/12/2018 14:16
Lotérica Quina de Ouro exibe faixa de prêmio para atrair apostadores (Foto: Izabela Sanchez)
Lotérica Quina de Ouro exibe faixa de prêmio para atrair apostadores (Foto: Izabela Sanchez)

É final de ano e a sorte está lançada. Para muitos brasileiros, foi lançada nas lotéricas, que guardam, em meio à ansiedade, as apostas de quem espera o tão sonhado prêmio de R$ 280 milhões da mega da virada. Para concorrer ao dinheirão, vale de tudo e os apostadores enxergam nas lotéricas vencedoras, aquelas que já renderam prêmios, um símbolo de sorte. É o caso de lojas da Capital e do interior do Estado.

Na Rua Rui Barbosa, em Campo Grande, a Ferradura da Sorte rendeu R$ 36 milhões para um “bolão” de última hora, que faturou a mega da virada que inaugurou o ano de 2017. Proprietário do local, Edson Ekamoto, 56, afirma que a data permanece firme na memória.

“Na hora de fazer o bolão faltou um pouco de dinheiro, correram para buscar e isso ficou marcado. Era nosso primeiro ano na lotérica. Usamos essa propaganda o ano inteiro depois”, comenta. A aposta vencedora, relata, atrai os supersticiosos até hoje. “Muita gente vem do interior só para comprar aqui. Teve o caso de uma pessoa que falou: ‘meu sonho era sempre vir aqui”.

A “pé quente” de Jardim – Foi uma aposta simples, no valor de R$ 3,50, que ganhou o prêmio de R$ 78 milhões da Mega-Sena em setembro de 2017. O endereço da sorte foi a Lotérica Bolão, a única do município de Jardim, a 233 km de Campo Grande.

Por lá, até hoje, há mistério em torno do nome do ganhador. Secretária da lotérica, única da cidade, Elizabete Arrua, afirma que os boatos preenchem a cidade. "Falam em vários nomes, de pessoas que sumiram depois do prêmio. Mas nunca ninguém confirmou ou voltou aqui para contar que ganhou", diz.

A funcionária que registrou a aposta milionária já trabalha na lotérica há 7 anos e ganhou fama de pé quente. Durante todo o ano as apostas seguem firmes, constantes, mas nestes dias dobram, não só pela procura dos moradores, mas de muitos turistas que passam pela cidade.

Gerente da Quina de Ouro Kelby Devicari exibe, orgulhosa, o prêmio de 2016 (Foto: Izabela Sanchez)
Gerente da Quina de Ouro Kelby Devicari exibe, orgulhosa, o prêmio de 2016 (Foto: Izabela Sanchez)

R$ 33 milhões na região central – Na região central de Campo Grande, na Rua 14 de Julho, uma propaganda da quina da mega, no valor de R$ 118 mil, não chega nem perto do grande símbolo da casa. Uma cliente conversa com uma das atendentes: “foi em maio né?”. Ela refere-se ao prêmio de R$ 33 milhões que ocorreu na lotérica Quina de Ouro em maio de 2016.

Sorridente, a gerente Kelby Devicari, 51, guarda, até hoje, o folder enorme que exibe o bilhete ganhador. “Foi um bolão da casa, 14 pessoas. Vem muita gente por causa disso, nossa, o povo fica enlouquecido. O pessoal tem aquele mito que não sai, aí vê que sai e se anima”, comenta.

“Chegam aqui e perguntam: ‘ah, mas fala qual foi o tipo de bolão, tem aquele que ganhou’?”, explica a gerente. Para ela, a propaganda é sempre “um ponto a mais”. À época do prêmio, relata, o movimento aumento “200%”. “Esse ano quase pegamos de novo, faltou um numerozinho só”, brinca ela, sobre a sorte da lotérica.

O ano de 2016 rendeu prêmios em Campo Grande. A Lotérica Campo Grande, no Comper da Rua Brilhante, foi o local onde sortudos levaram prêmio de R$ 84 milhões da lotofácil da independência, o que deu fama ao local. E não é a primeira vez. Em 2015, ali, também saiu prêmio.

“Faz diferença, ainda mais nos dias que antecedem a premiação. Vários vêm até aqui, especialmente quando é da independência. Amigos de quem ganhou também vêm. Na época fizemos uma faixa, colocamos até na TV, a gente divulga mesmo. As pessoas chegam querendo saber qual foi a máquina que fez o jogo premiado, qual a vendedora”, conta a gerente Andreia Gomes.

Faixas com apostas vencedoras tentam atrair mais clientes (Foto: Izabela Sanchez)
Faixas com apostas vencedoras tentam atrair mais clientes (Foto: Izabela Sanchez)

“Aqui somos pé quente” – Melhor que a faixa de uma premiação de R$ 25 mil exibida na frente da Lotérica Jardim dos Estados, é o ânimo e a auto confiança das vendedoras Márcia Benitez, 48 e Carolina Antunes, 31.

O prêmio apesar de pequeno, virou sinônimo de sorte e atrai muitos apostadores, relata Márcia, que já trabalha na Casa há 19 anos. “A gente tirou cópia do bilhete e deu uma alavancada nas vendas”, conta. A lotérica também já foi responsável por render prêmio de R$ 1,5 milhão.

Responsável pela última venda que rendeu a “quina da sorte”, Carolina ficou notória. “Ganhei até R$ 100 de um dos ganhadores”, afirma. “Nós somos pé quente”, ri Márcia, que emenda: “faziam fila para comprar só com ela, mas eu sou a paraguaia mais pé quente dessa lotérica”.

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