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Cidades

No MT, índios ocupam 14% e economia não foi abalada, diz terena

Aline dos Santos | 05/06/2013 17:19
Segundo Lindomar, demarcações chegam a 2% do território de MS. (Foto: Francisco Júnior)
Segundo Lindomar, demarcações chegam a 2% do território de MS. (Foto: Francisco Júnior)

O efeito devastador das demarcações na economia de Mato Grosso do Sul, apontado pelos fazendeiros, é rebatido pelos índios. “Em Mato Grosso, as áreas indígenas demarcadas chegam a 14% do território. E a economia deles fica bem à frente da nossa. Isso de que vai acabar com a economia é porque não tem mais argumento. Para jogar a sociedade contra os povos indígenas”, afirma o líder indígena Lindomar Ferreira.

Mato Grosso tem área de 90. 357.908 km², já em Mato Grosso do Sul a extensão territorial é de 357.124.962 km². “Em MS, é colocado que 20% das terras, segundo a própria Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária), são reivindicadas pelos indígenas. É mentira. A área chega a 2%”, relata. Para ele, a demarcação, ao contrário de desestimular os investimentos, traria segurança para quem quer trazer recursos ao Estado.

Conforme dados da Famasul , portarias da Funai (Fundação Nacional do Índio) publicadas até 2012 para estudo antropológico equivale a 21% da área do Estado, distribuídas em 26 municípios: Antônio João, Amambai, Aral Moreira, Bela Vista, Bonito, Caarapó, Caracol, Coronel Sapucaia, Dourados, Douradina, Fátima do Sul, Iguatemi, Japorã, Jardim, Juti, Laguna Carapã, Maracaju, Mundo Novo, Naviraí, Paranhos, Ponta Porã, Porto Murtinho, Rio Brilhante, Sete Quedas, Tacuru e Vicentina.

A região, conforme a federação, responde por 25% do PIB (Produto Interno Bruto), 37% das exportações, 60% da cultura de soja, 70% da cultura de milho e 22% do rebanho bovino. No Estado, marcado principalmente pela disputa por terra entre índios e fazendeiros na região Sul, foi um conflito envolvendo os terenas que fez o Brasil se voltar para a realidade local. O índio Oziel Gabriel, de 35 anos, foi baleado durante a desocupação da fazenda Buriti.

Alvo da disputa, a terra Buriti tem nove aldeias, num total de 2.600 hectares. De acordo com Lindomar, uma portaria declaratória do Ministério da Justiça reconhece mais 15 mil hectares, distribuídos em 17 fazendas, como terra indígena. No entanto, decisões judiciais impediram os próximos passos: a demarcação física e a homologação da terra, procedimento que cabe ao presidente da República.

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