Preso novamente, filho de presidente do TRE está em cela separada
Para preservar integridade física, Breno está em cela separada na Penitenciária de Três Lagoas, distante 338 quilômetros da Capital
O empresário Breno Fernando Solon Borges, 38 anos, filho da desembargadora e presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Mato Grosso do Sul, Tânia Garcia de Freitas Borges, que foi preso novamente ontem (22) pela Polícia Federal, está em cela separada na Penitenciária de Três Lagoas, distante 338 quilômetros de Campo Grande.
Conforme apurado pelo Campo Grande News, o empresário está em cela afastada da massa carcerária.
Breno não tem curso superior, o que garante cela especial em caso de prisão até o julgamento. Segundo a explicação das autoridades, ele está em uma cela comum, apenas separado dos outros presos por questões de segurança, em razão de ser filho da magistrada.
De acordo com a Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário), essa medida é praxe quando um preso corre risco se ficar misturado ao restante dos detentos.
Processado por tráfico de drogas, Breno estava na clínica Maxwell, em Atibaia (SP), desde o dia 25 de julho, quando foi internado após ser diagnosticado com Síndrome de Borderline. Já a namorada dele, Isabela Lima Vilalva, 19 anos, está presa desde o dia 11 de setembro no Estabelecimento Penal Feminino de Três Lagoas.
A prisão preventiva de Breno decretada pela 2ª Vara Criminal em Três Lagoas foi cumprida ontem com base nas investigações da Operação Cérberus, deflagrada pela Polícia Federal no dia 13 de junho deste ano, que desarticulou organização criminosa especializada no contrabando de armas e que planejava o resgate de um detento na Penitenciária de Segurança Máxima da Capital.
Breno foi preso na madrugada de 8 de abril pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), em Água Clara. Na ocasião, estava acompanhado da namorada Isabela e do serralheiro Cleiton Jean Sanches Chave. Em dois veículos, o trio transportava 129,9 kg de maconha, 199 munições calibre 7.62 e 71 munições calibre 9 milímetros, armamento de uso restrito das Forças Armadas no Brasil.
Num outro processo, Breno é acusado de planejar a fuga de liderança de organização criminosa do presídio Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima de Campo Grande. A PF chegou ao nome de Breno como participante da organização após a análise de celulares apreendidos. A polícia fez o pedido de prisão preventiva, aceito pela Justiça.
A primeira ordem para que Breno trocasse o presídio de Três Lagoas por uma clínica foi dada pelo desembargador Ruy Celso Barbosa Florence, que havia liberado o preso para tratamento psiquiátrico, após ser diagnosticado com “Síndrome de Borderline”. Como foi decretada a preventiva, ele foi mantido na prisão.
Porém, no plantão do dia 21 de julho, o desembargador José Ale Ahmad Netto concedeu nova liminar para fazer valer a primeira decisão de transferência do preso.