Professores fecham acordo e MS será o 1º a pagar piso para 20 horas
O Governo estadual fechou um acordo com a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação ) para promover reajuste salarial de 44% em cinco anos e Mato Grosso do Sul será o primeiro estado brasileiro a pagar o piso nacional para uma jornada de 20 horas para o magistério. O acordo, aprovado em assembléia geral hoje da entidade, vai contemplar aproximadamente 20 mil professores.
Conforme o presidente da entidade, Roberto Magno Botareli César, a proposta prevê reajuste de 8,5% a partir de 1º de janeiro deste ano. O Estado também vai incorporar os 20% restantes da regência ao salário. Com essa medida, a regência será 100% incorporado ao vencimento.
Além disso, o governador André Puccinelli (PMDB) propôs implantar o piso para jornada de 20 horas. Para o docente de nível médio, sem considerar os reajustes no piso nacional, o aumento será de 44% em quatro anos, entre 2015 e 2018.
A proposta prevê que o valor do vencimento, de R$ 1.085, que atualmente equivale a 69,24%, passe a ser de 69,61% do valor em 2014. Se a correção do novo piso pelo Ministério da Educação ficar em 8,5%, o Governo estadual complementará o reajuste ainda no próximo ano, que poderá chegar a 10%.
César detalha que o governador se compromete a estabelecer a política salarial até 2018. O projeto será encaminhado amanhã à Assembleia Legislativa e prevê que o valor do vencimento chegue a 77,2% do piso nacional em 2015, 84,79% em 2016, 92,38% em 2017 e 100% em 2018.
O presidente da Fetems destaca que Mato Grosso do Sul será o primeiro estado brasileiro a pagar o piso nacional para jornada de 20 horas. Um professor com nível superior poderá receber R$ 1.880,40 para jornada de 20 horas. “O concurso é de 20 horas, estamos batendo nisso para conseguir o piso de 20 horas”, ressaltou o presidente da Fetems. “Foi uma baita vitória”, comemorou.
A ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), que representa os 5 mil professores da Campo Grande, encaminhou proposta diferente. No entanto, como a maioria dos demais sindicatos que compõem a Fetems foi a favor da proposta, a Capital foi voto vencido.
O presidente da entidade, Geraldo Gonçalves, explica que os trabalhadores não concordam com a implantação do piso a partir de 2015. “Temos o compromisso do governador André Puccinelli, mas até 2015, nosso Estado será administrado por outro, e não teremos a garantia desse novo governante”, aponta.
Outra proposta é a revogação da lei 3.603/2008, que estabelece o mês de janeiro como data-base de negociação salarial dos professores. “Sugerimos maio. Do jeito que está hoje, não há tempo hábil para discutirmos. Em dezembro, os profissionais têm compromissos com alunos que estão na reta final, ou em exames nas escolas. Se houvesse a mudança, teríamos um intervalo melhor”, defende Gonçalves.