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Em Pauta

A arte perdida do repouso. Trabalho excessivo mata

Mário Sérgio Lorenzetto | 03/12/2022 07:30
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"Necessito descansar" é formular um desejo, um sentimento tão certo como uma necessidade elementar, como tomar água. Ou não, a diversão tomou conta do tempo de repouso. Mas há muitos que não aceitam o ritmo frenético do trabalho. Mais de 40 milhões de pessoas no mundo (privilegiados) abandonaram seus trabalhos no ano passado. Esse fenômeno foi chamado de "A Grande Demissão". Se deram conta de que podiam encontrar melhores fórmulas para ganhar a vida, sem serem massacrados pelo frenesi.


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Quando não havia celular.

Ser chefe hoje não é o mesmo que ser chefe nos anos noventa. Naquele tempo não havia celular. Existiam dois dias da semana inteiramente livres. As noites era destinadas ao ócio e ao sono. Passamos a viver em uma época de estresse permanente, em que verbos como descansar ou repousar foram borrados dos mapas mentais da maioria. Esta é uma época em que fazemos de tudo para chegar aos objetivos e aos bônus, auxiliados pela aceleração das tecnologias, que vieram prometendo mais descanso e contrariamente o tiram porque temos de render mais com menos trabalhadores.


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750.000 mortos por ano.

Pouco importa que em 2021 a revista científica "Environment International" tenha estabelecido o trabalho excessivo como o maior fator de enfermidade ocupacional, responsável por um terço das enfermidades relacionadas com o trabalho. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Mundial do Trabalho (OIT) assinalam que a cada ano 750.000 morrem de enfermidade coronária isquêmica - infarto - devido às longas horas de trabalho. Hoje morre mais gente por trabalho excessivo do que por malária.

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