À machadada: construção das estradas Aquidauana-CG-SP
No início do século XX, grande número de fazendeiros criava gado á solta no Mato Grosso do Sul. As fazendas se modernizavam, introduzindo o gado zebuíno. As pastagens eram bem conservadas. O boi era bem aceito pelo comércio de Uberaba. Anualmente, saiam milhares de cabeças para o Triângulo Mineiro. Sabia-se da possibilidade de vender o boi para o mercado paulista, mas não havia estrada alguma que permitisse esse comércio. O caminho para Uberaba matava grande quantidade de bois.
Dinheiro do próprio bolso e muita ousadia.
Manoel da Costa Lima foi um intrépido construtor que, após muitos estudos, colocou dinheiro do próprio bolso, e de seus familiares, para construir uma estrada que ligasse Campo Grande a São Paulo. À machadada, abre a estrada que liga MS até Presidente Epitácio. Logo a seguir, criará os atuais municípios de Bataguassu e Santa Rita do Rio Pardo. Em 1.904, entrega ao governo o Memorial Descritivo dessa estrada de 5.403 de extensão. Mas há um grande problema: como as boiadas atravessariam o rio Paraná?
"Carmelita" o navio a vapor para levar bois.
Intrépido, Manoel da Costa Lima vai a Concepción, no Paraguai. Lá, compra um navio a vapor, denominado "Carmelita". Para o transporte desse navio, manda fabricar carretões que seriam puxados por 200 bois. Em 1.905, a Carmelita subia os rios Paraguai, Miranda e Aquidauana. Em Aquidauana, desembarca os carretões, desmonta o navio e cria uma estrada ligando essa cidade a C.Grande. Na atual capital, cria imenso alvoroço com o tamanho dessa carga. A embarcação é remontada nas proximidades do rio Anhanduizinho e, pelo rio Pardo, chega ao rio Paraná. Em 8 de outubro de 1.906, ocorre a primeira viagem da Carmelita, transportando gado para São Paulo. Além dessa façanha, Manoel da Costa Lima instalou nas fazendas da região, as primeiras 36 linhas telefônicas do MS. Um homem que pensava muito além de seu tempo.