A polarização política age como as drogas: vicia
Mário Sérgio Lorenzetto | 01/12/2022 07:40
Um amigo pergunta a outro: "já cheirou uma carreira hoje?". Estupefação. Não imaginava que, após dezenas de anos de convivência, cheirasse cocaína. Mas não era de cocaína que o amigo tratava, falava de polarização política. Um estudo da LLYC, união de esforços entre uma consultoria e uma plataforma, realizado em 12 países neste ano, mostrou que a polarização aumentou 40%.
Analisaram 600 milhões.
A LLYC analisou 600 milhões de mensagens na internet. O mais curioso é que encontraram algo inesperado: "o efeito dos conteúdos polarizantes sobre o cérebro é similar ao que as drogas causam: vicia". Assim como as drogas ativam certos receptores cerebrais, o mesmo ocorre com alguns conteúdos polarizantes.
A LLYC analisou 600 milhões de mensagens na internet. O mais curioso é que encontraram algo inesperado: "o efeito dos conteúdos polarizantes sobre o cérebro é similar ao que as drogas causam: vicia". Assim como as drogas ativam certos receptores cerebrais, o mesmo ocorre com alguns conteúdos polarizantes.
A polarização afetiva é mais viciante.
A pesquisa mostrou que a polarização afetiva é mais viciante que a ideológica. É ela que está aumentando. Está intimamente ligada às emoções e faz com que cerremos fileira não só com nosso partido ou líder, mas de rechaço e até ódio dos oponentes. Leva à confrontação entre "eles e nós". Entre os "bons e os maus". Ao invés de eleitores, nos tornamos "hooligans", torcedores violentos e insaciáveis por mais violência. Passamos a justificar qualquer coisa ou qualquer pessoa, desde que esteja em nosso bando. O resultado é uma política desprovida de barreiras de proteção, normas ou tentativa de persuasão. Ou melhor, a inexistência de política?
A pesquisa mostrou que a polarização afetiva é mais viciante que a ideológica. É ela que está aumentando. Está intimamente ligada às emoções e faz com que cerremos fileira não só com nosso partido ou líder, mas de rechaço e até ódio dos oponentes. Leva à confrontação entre "eles e nós". Entre os "bons e os maus". Ao invés de eleitores, nos tornamos "hooligans", torcedores violentos e insaciáveis por mais violência. Passamos a justificar qualquer coisa ou qualquer pessoa, desde que esteja em nosso bando. O resultado é uma política desprovida de barreiras de proteção, normas ou tentativa de persuasão. Ou melhor, a inexistência de política?
O Brasil é o país mais polarizado.
A pesquisa mostrou algo chocante: nada menos de 43% dos norte-americanos acredita que, em alguns anos, chegarão a uma nova guerra civil. Mas há uma informação ainda mais preocupante. Diz a pesquisa: "O Brasil é o país mais polarizado [entre os 12 analisados], destacam-se temas como racismo, liberdade de expressão e aborto".
A pesquisa mostrou algo chocante: nada menos de 43% dos norte-americanos acredita que, em alguns anos, chegarão a uma nova guerra civil. Mas há uma informação ainda mais preocupante. Diz a pesquisa: "O Brasil é o país mais polarizado [entre os 12 analisados], destacam-se temas como racismo, liberdade de expressão e aborto".