A rivalidade Brasil e Argentina nasceu em uma guerra
A batalha de M'Bororé ocorreu entre os indígenas que viviam nas missões jesuíticas e os bandeirantes paulistas. As missões do Sul do Brasil contavam com o apoio dos argentinos. É considerada uma das maiores batalhas navais de nossa história. O conflito ocorreu no rio Uruguai, na fronteira entre Brasil e Argentina, em 1.641. Do lado bandeirante, 6.800 guerreiros estavam nos lanchões, apenas 250 retornaram a São Paulo. Pelo lado jesuítico-guarani, entraram na guerra 4.300 pessoas. Aproximadamente 3.000 morreram. Naquela época, não havia um território demarcado entre Brasil, Argentina e Uruguai. Os bandeirantes abandonaram os ataques nas missões do Sul, partiram em busca de aprisionamento indígena e ouro em Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás. A Argentina começou a desenhar seu mapa, conquistou territórios, à partir dessa guerra.
1937 e 1946, marcos das "guerras" no futebol.
Antes da rivalidade chegar nos campos de futebol ocorreu a Guerra da Cisplatina (1825 a 1828), pelo domínio da região do rio da Prata. O Brasil perdeu a guerra e os argentinos, junto com os rebeldes, fundaram o Uruguai. A "guerra" nos campos de futebol demorou. A seleção brasileira levou bom tempo para ser formada. Quem detinha a hegemonia futebolística era o Uruguai. Venceu os jogos Olímpicos de 1920 e 1930, além da Copa do Mundo de 1930. E era a grande adversária dos argentinos. A seleção brasileira começa a entrar em cena. Duas partidas marcaram o início da animosidade entre brasileiros e argentinos: a final do Sul Americano de 1937 e a Copa Roca de 1946.
Pancadaria e boicote.
No final da Copa Roca, vencida pelos argentinos, houve a primeira pancadaria. A seguir, uma ruptura institucional entre a Associação de Futebol da Argentina e a Confederação Brasileira de Futebol fez com que as seleções não se enfrentassem. A Argentina, em 1950, não veio ao Brasil na Copa do Mundo. Boicotou o campeonato.
O grande roubo : 6x0 contra o Peru.
Outras partidas alimentaram a rivalidade. A classificação argentina por 6 a 0 contra o Peru, na Copa do Mundo da Argentina de 1978, desclassificou o Brasil e abriu caminho para a Argentina se sagrar campeã. Houve inúmeras suspeitas, documentos e depoimentos de que o ditador Rafael Videla comprou a partida contra os peruanos.
Água com sonífero.
A classificação da Argentina por 1 a 0 contra o Brasil na Copa do Mundo da Itália de 1990, na qual os argentinos deram uma garrafa de água com sonífero para o lateral brasileiro Branco - que ficou nitidamente grogue - acirrou ainda mais os ânimos. Jogo entre Brasil e Argentina raramente termina pacificamente.