A terra treme. O Incra é uma linha de montagem entupida
A questão do Direito de Propriedade será um dos maiores desafios a ser enfrentado pelo governo Lula. Movimentos de "Sem Terra" começam a se animar com a possibilidade de retorno ao tempo em que as invasões eram consideradas necessidades sociais e não crime. Este é um país que vive com a cabeça no passado. Não há pais que tenha avançado sem que tivesse firmemente estabelecido o Império da Legalidade. Lula errará enormemente caso decida ceder aos setores mais radicais dos partidos que o apoiam em busca de sustentação popular e política. O Brasil precisa de consensos mínimos. Um deles é o respeito ao Direito de Propriedade.
Ao invés de dois anos, vinte.
Um dos estudos mais estarrecedores da ineficiência governamental demonstra que levaram mais de vinte anos para organizar minimamente os assentamentos brasileiros. Era para ter tudo pronto em não mais de dois anos. As necessidades básicas são conhecidas. Água o ano todo; energia elétrica; educação para os assentados, que são em sua imensa maioria analfabetos; estradas transitáveis o ano todo; dinheiro farto para investimento na produção.....
Uma linha de montagem entupida.
A metáfora mais adequada para visualizarmos o Incra é imaginarmos uma linha de montagem entupida. A "fabrica" de assentamentos simplesmente não consegue colocar no mercado seus produtos, por estarem incompletos ou defeituosos. Ao mesmo tempo que não consegue entregar seus produtos, sofre pressões para criar novos assentamentos. No final, não passa de mais um compartimento para atender às exigências de mais e mais boquinhas para os apaniguados. E além de vergonhoso, trata-se de uma provocação.