Ambientalismo: doação de dívida externa ou extrativismo
Coincidência? O fato é que os pavilhões do Brasil e da Colômbia estão lado a lado na COP27. A brasileira Marina Silva, provável ministra, e a colombiana Francia Márquez, vice-presidente, tecem uma rede de apoios às suas propostas. Pensam igual. Até o momento, a Colômbia vinha assumindo a liderança da agenda ambiental na América Latina. Ganha uma aliada de peso. Os colombianos necessitam do peso político e geográfico do Brasil.
Extrativismo ou perdão de parte da dívida.
Ninguém sabe se Lula colocará o meio ambiente no centro de seu governo ou se continuará com a promoção das indústrias extrativistas. A esquerda ecologista, no poder no Chile e na Colômbia, não aceita o extrativismo. Marina Silva é aliada dessa vertente radical. O extrativismo é defendido pelo México e Argentina. Vale lembrar que Marina Silva saiu do governo petista expondo essa luta. Naquela época, o governo petista havia decidido pelo extrativismo. A alternativa proposta por Marina e Francia é dos governos mais ricos perdoarem parte da dívida de seus países para que façam investimentos sem desmatar e sem explorar as matas com o extrativismo. Essa proposta não é muito clara, mas dá a entender que, para as duas, as matas e florestas devem permanecer intactas para sempre.
O Brasil é a periferia da Amazônia?
Até o momento, Lula fala muito sobre ambientalismo. Seus discursos nada indicam sobre o rumo que pretende seguir. A luta é sangrenta na Amazônia. As mortes ocorrem como em uma favela carioca ou na fronteira de MS. Acreditam que com os movimentos sociais e o apoio internacional, conseguirão sustar o desmatamento. Enquanto os brasileiros discursam na COP27, os representantes de outros países dizem algo que até agora nos escapava: o Brasil é a periferia da Amazônia. Surpresa? Ninguém se interessa pelo Brasil, todos querem saber o que acontecerá na Amazônia. É importante seguir a nomeação do novo ministro do Meio Ambiente. Há uma corrente petista que deseja entronizar Simone Tebet ao invés de Marina Silva.