Aspirina é um míssil inteligente, sabe atingir o local da dor?
Sem titubear, a resposta é um sonoro "NÃO". Quando você ingere uma aspirina ela não sabe encontrar o local da dor. Os analgésicos em geral, consumidos por via oral, em forma de gotas ou comprimidos, são absorvidos pelo sistema digestivo e lançados na corrente sanguínea. Ou seja: atinge o corpo inteiro, desde a ponta do dedão do pé até a testa. Vamos seguir a andança de uma aspirina no corpo, ou melhor, natação de uma aspirina no corpo humano.
Como sentimos a dor.
Antes de entender a natação da aspirina é necessário conhecer a química da dor. Quando as células do dedão do pé (ou de qualquer parte do corpo) querem avisar o cérebro de que há algo errado, usam moléculas denominadas "ciclooxigenases" (COX-1 e COX-2). Mas não são essas COXs que chegarão ao cérebro. Elas têm o papel de produzir outro tipo de moléculas - as prostaglandinas. São elas as principais responsáveis pela dor. Avisam o cérebro que o dedão do pé levou uma cacetada. Então, o negócio de acabar com a dor é inibir o funcionamento das COXs. Se elas estiverem inertes, não há dor.
A aspirina gruda nas COXs.
A aspirina é capaz de inibir as COXs. Assim, as prostaglandinas não são produzidas. E seu cérebro não recebe informação de que algo está doendo. Esse é só um exemplo. Cada remédio funciona de um jeito. Ao longo da história, foi muito comum que primeiro se descobrisse um remédio e só depois descobriram como ele funciona.