Banco Central nada, Lula quer ser líder mundial
Tem cheiro de chororô, tem rabo de lamúria por não dispor de mais uma boquinha. A questão do Banco Central que inundou a mídia brasileira nos últimos dias não é a prioridade número um de Lula. Ao contrário de Guedes, Roberto Campos Neto dispõe de um amplo consenso entre empresários e políticos. Não tem a arrogância do ex-ministro da Fazenda e nem a fé cega em uma ideologia extremista. O atual presidente do Banco Central, aliás, só pode ser demitido pelo Senado. É só uma pressão de Lula, e seus seguidores, por mais uma boquinha. Quem conhece e segue desde sempre o presidente brasileiro, sabe que a ele pouco interessa a pequena política. Seu maior desejo é a projeção mundial.
O Clube da Paz.
Nessa viagem aos Estados Unidos, Lula tratará com Biden da "irritante" pauta da pequena política. Em verdade, a Lula importa, como assinalou Patricia Campos, na Folha de São Paulo, a ideia de criar um "Clube da Paz" para acabar com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Propõe que nesse clube entrem a Índia e a China. Lula está convencido que as sanções impostas à Rússia não surtirão efeito algum e que só a política pode colocar um ponto final nesse conflito que ameaça não só a Europa mas o mundo inteiro.
Um G-20 só para a paz.
Lula já conversou com o premier alemão Olaf Schölz sobre essa pauta e pretende ter a mesma conversa com Biden e com o francês Macron. "Temos de criar um clube que acabe com a guerra no mundo", explicou Lula, que sonha em dirigir esse sonho. É de todos conhecida a tenacidade de Lula em aparecer não como um presidente a mais e sim como quem tem uma visão cósmica do mundo.
Deseja deixar a política depois de receber o Nobel da Paz.
É próximo do impossível, mas o grande sonho de Lula nada tem a ver com a fome, Yanomami ou Banco Central. O maior projeto de Lula é para seu espelho. Olhar no vidro refletor a imagem de um pobre nordestino - o Lula romântico - que recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Que melhor ocasião se for capaz de encontrar uma solução para acabar com uma guerra que mantém em suspense o mundo?
Janja sucessora de Lula?
Ao contrário de Michele Bolsonaro - que somente entra na política na hora do desespero - Janja, a nova esposa de Lula, só sai da política na hora de dormir. Respira, come e bebe política. As fontes mais próximas do barbudo afirmam que Janja já é a verdadeira vice-presidente do Brasil. É com ela que Lula discute, minuto a minuto, a política que deseja pautar. Lula escuta Janja mais que a seus velhos companheiros. Se Lula sonha com a medalha do Nobel, Janja se enxerga como a nova Evita sul-americana. Brasília é a capital de sonhos que costumam virar pesadelos.