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Em Pauta

Bêbados. Como bebemos e tropeçamos rumo à civilização

Mário Sérgio Lorenzetto | 27/10/2022 07:00
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Liturgia familiar ou comunitária, o brinde é um indiscutível ato de união. Um pequeno gesto que, se leva algum perigo, é uma poderosa graxa colocada na engrenagem social. Estamos produzindo e consumindo bebidas alcoólicas pelo menos há 13.000 anos. Provavelmente muito mais. Se trata da melhor droga que existe: é fácil de fazer, de dosificar e seus efeitos tem pequena vida dentro do corpo. Seria genial se não fosse viciante.


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Criatividade, sociabilidade e redução de mentiras.

O álcool ativa nossa criatividade e é um facilitador da sociabilidade. Reduz as inibições. Aumenta elementos químicos da felicidade como a serotonina e as endorfinas. Também nos torna menos propensos a mentir. As bebidas alcoólicas jogaram um papel chave, junto com outros elementos culturais como a religião, para os humanos realizarem a transição de sociedades pequenas - aldeias - para as grandes - cidades.


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Primeiro a cerveja, depois o pão.

Há um dado histórico que é pouco conhecido. Os primeiro humanos, caçadores-coletores, optaram antes pela cerveja, depois veio o pão. Essa necessidade de analgesia - de reduzir ou eliminar a dor- permitiu que eles começassem a cultivar alguns capins para a própria alimentação. Sim, nossos primeiros alimentos eram capins: trigo, milho e cevada são capins. Somos a única espécie que se embebeda de maneira deliberada e em grande escala.


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Enzimas que transformam álcool em açúcar.

Gorilas e orangotango tem. Além deles, só nós humanos temos duas enzimas que se encarregam de transformar álcool em açúcar (a ADH e a ALDH). São elas que possibilitam esses grandes símios viverem dez milhões de anos por terem a capacidade de digerir alimentos apodrecidos, com uma gradação alcoólica de 4%, como se fosse uma cerveja. É o que provavelmente ocorreu com os humanos pré-históricos.


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Bebendo sozinho.

Antes, era impensável beber sozinho. Depois da Revolução Industrial, esse ato passou a ser comum. A medicina continua a demonizar as bebidas alcoólicas, mas tende a aceitar pequenas doses quando bebemos acompanhados. A Organização Mundial de Saúde cifra em 3 milhões de mortes ao ano decorrentes dos excessos de bebidas alcoólicas, e sua influência em mais de 200 enfermidades. Mas boa parte da medicina afirma que o uso de pequenas doses é quase ser abstêmio.


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14 latinhas por semana é pequena dose?

Mas quanto é beber "pequenas doses"? A medida que vem sendo aceita é: 14 unidades (10 mililitros) de cachaça por semana ou 14 latas de cerveja semanais. Garantem que se nos contentarmos com essas 14 unidades semanais, apenas crescem em 1% as probabilidades de padecer de uma doença. Bela notícia. A nada boa é que se ultrapassarmos essas medida, vai duplicando as possibilidades de doenças a cada nova unidade. Em suma: acima de 14 unidades semanais é um atentado contra o próprio corpo.

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