Como a Igreja escolheu 4 Evangelhos e eliminou outros 60
A igreja cristã nasce feminina. Não há como contestar ou tergiversar. Durante seus três séculos iniciais, as mulheres tiveram voz e voto nas decisões sobre os rumos e crenças daquela religião que crescia lentamente. Após dois milênios, as mulheres voltaram a participar das decisões. O Sínodo dos Bispos que foram abertos recentemente (terminam em outubro de 2024) contam com a presença e o voto de 54 mulheres. Também abriram para a participação de um jovenzinho de 19 anos. A Igreja começa a perder o cheiro típico da velhice. Como começou a eliminação das mulheres e dos jovens nas decisões da Igreja? Começou com a escolha de somente 4 Evangelhos.
A escolha dos 4 Evangelhos e eliminação de outros 60.
A versão oficial é que somente quatro Evangelhos tinham inspiração divina. Diziam que como o mundo tinha quatro regiões, era conveniente que existissem somente quatro Evangelhos. Não conheciam as Américas e a Oceania. No Concílio de Nicéia, em 325 d.C., graças a um milagre, como conta a obra oficial da igreja "Libelus Syndicus", os quatro Evangelhos escolhidos foram voando até um altar. Um milagre! Mas há duas outras versões para esse tema. A primeira, diz que todos os mais de 60 Evangelhos foram colocados em um altar e os apócrifos, os eliminados e proibidos, foram caindo um depois do outro. Só restaram em pé os quatro. Outra versão é "barra pesada". Uma pomba, passou pela janela fechada de vidro da Igreja sem quebrar. Foi pousando nos ombros de cada bispo e cochichando nos ouvidos de cada um os Evangelhos que eram inspirados por Deus.
O famoso beijo na boca de Cristo em Magdalena.
O Evangelho apócrifo mais balado atualmente é o denominado "de Magdalena". Basta dizer esse nome para que muita gente tenha uma síncope nos mais elevados escalões da igreja. A história dessa moça da localidade de Magdala - daí o nome Magdalena - portanto, uma Maria sem sobrenome, desperta amor e ódio. Pedro a odiava e transmitiu seus ciúmes para a maioria da Igreja. Mas não há contestação. Jesus tinha relação muito especial com essa mulher. Ela foi a escolhida para Jesus aparecer quando desperta dos mortos. Também não há dúvida que parte do dinheiro que sustentava a imensa massa de seguidores de Cristo, veio dela. Mas há algo que está muito mal colocado pelos contenciosos, pró e contra Magdalena: o beijo na boca que Jesus deu nela. Os estudos mostram que beijar na boca para alguns influentes seguidores de Cristo - os gnósticos - não era literal, era sinônimo de transmissão da doutrina.