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Em Pauta

Credores são contrários à venda do Grupo Rede, dono da Enersul

Mário Sérgio Lorenzetto | 31/10/2013 07:35
Credores são contrários à venda do Grupo Rede, dono da Enersul

A Enersul e o plano de recuperação do Grupo Rede, as brigas internas não deixam avançar

Pelo menos seis credores, entre eles o Banco do Brasil, entraram com recurso contra o plano de recuperação do Grupo Rede, proprietário da Enersul (Empresa Energética de Mato Grosso do Sul). Em setembro, a assembleia de credores aprovou a venda do Rede ao Grupo Energisa. Os credores que estão se posicionando contrários à venda não concordam com as condições do negócio. Deságio de 75% e prazo de pagamento de 22 anos são as causas do litígio. O Bank of New York, que representa 500 detentores de bônus do Rede também posicionou-se contrário ao plano e vai brigar na justiça para fazer valer o que considera seu direito. Pedirá nova assembleia ou a falência do Grupo Rede.

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Fábrica de alimentos Dallas está buscando mais dinheiro

A fabricante de alimentos Dallas, instalada em Mato Grosso do Sul, contratou o Banco Credit Suisse para vender uma participação para fundos de private equity. A Dallas produz biscoitos, massas e arroz empacotado. A empresa nega que esteja procurando novo sócio. Faz sentido, a economia brasileira vem crescendo mais no interior do que nas grandes cidades litorâneas. As principais indústrias regionais estão buscando dinheiro para expandir.

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As multinacionais brasileiras e o sistema de confinamento bovino

Algumas empresas brasileiras entraram em um patamar de internacionalização que permite a elas não se abalarem com os humores da conjuntura econômica local. As vantagens são claras e grandes. Ano após ano, mas especialmente a partir de 2010, quando adquiriram um grau mais elevado de maturidade, o lucro dessas empresas no exterior veio se aproximando ao conquistado em nosso país. Hoje, há um empate entre a margem de lucro doméstica e a do exterior.

A China mantém, ao longo dos séculos, uma política de abre e fecha. Em algumas épocas comercializa com o mundo exterior e em outras se fecha totalmente, aliás, tenta se fechar. Em verdade, o comércio de “fronteiras fechadas” chinês quase sempre foi muito favorável à pirataria. Seu imenso mercado jamais permitiu o bom funcionamento dessa política.

O Brasil em momento algum de sua história montou uma política de transnacionalizar suas empresas. O movimento de avanço das empresas brasileiras sobre outros mercados é muito recente e com baixo grau de maturidade, com poucas exceções, claro.

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JBS é a maior empresa em processamento de proteína animal do mundo

O salto foi conquistado há bem pouco tempo com a política de internacionalização que teve por base largos investimentos oriundos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Foram reais 8,1 bilhões emprestados para obter um resultado tido como razoável. Essa companhia está presente em todos os continentes com plataformas de produção e escritórios. São 140 unidades espalhadas pelo mundo empregando 120 mil funcionários. Tamanho de multinacional de grandes dimensões.

Os três países onde concentra os maiores investimentos são: o Brasil, com 87 unidades, 45 mil funcionários e dois confinamentos; os EUA, que também têm 87 unidades, 54 mil funcionários e 13 confinamentos. O terceiro maior investimento do JBS está na Austrália, onde nas 20 unidades, são mantidos 7 mil funcionários. Ainda em terras australianas, a empresa tem cinco confinamentos.

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Marfrig, de porte médio, também tem presença significativa

O Marfrig pode ser considerada uma transnacional de porte médio. Com 77 unidades espalhadas em 15 países, empregando 46 mil funcionários. O maior investimento, com aporte de recursos do BNDES, continua sendo o realizado no Brasil com 28 unidades e três confinamentos. O banco investiu 3,8 bilhões de reais, mas essa empresa cresceu de forma desordenada e as ações caíram. Um dos quesitos que mais chama atenção é o número de confinamentos.

Qual a orientação de ter tantos confinamentos em outros países e tão poucos no nosso país? Talvez a facilidade em compras de gado provenientes do pastoreio no Brasil seja a chave desse negócio. Esse sistema, pastoreio, por ser artesanal traz em seu cerne a dificuldade de organização dos produtores para obter melhores resultados nas negociações. Talvez o preço do gado, diferenciado entre os países, nos dê a outra explicação.

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O setor imobiliário está em recuperação no Brasil, quem garante é a FGV

O setor imobiliário dá indícios de que voltará a crescer em todo o país nos próximos meses, segundo a Sondagem da Construção da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Mostra que a confiança dos empresários do segmento está se recuperando. O índice de Expectativas passou do campo negativo (-0,6%) para o positivo (1%). O Índice da Situação Atual mostrou que a queda de 9,8% vista no trimestre findo em setembro diminuiu para 4,5% nos três meses até outubro.

Os empresários e a FGV não esperam que o setor imobiliário repita o forte desempenho de 2010, mas há perspectiva de crescimento a taxas mais comedidas. O grande déficit habitacional no Brasil garante espaço para o avanço do mercado imobiliário, mas o rápido e acentuado aumento nos preços deve limitar a expansão no setor.

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Baixa qualidade da mão-de-obra afeta 61% das indústrias

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) fez um levantamento em todo o território nacional com 1,7 mil indústrias no país e apontou que a falta de trabalhadores qualificados é apontada como um problema para 68% empresas de grande porte. Aumento de 2% em relação ao levantamento de 2011. Na pequena indústria, a desqualificação da mão-de-obra afetava 68% em 2011 e caiu para 61% dos entrevistados.

Com base em dados do Ministério da Educação, a CNI, ressaltou que absurdos 90% dos alunos formados no ensino médio não aprendem o adequado em matemática. Para piorar o quadro, 70% têm problemas com o português.

Enquanto isso, na “singela e vetusta” Brasília, o Ministério do Trabalho vem perdendo espaço na gestão dos programas e verbas para qualificação profissional e essa função está ficando cada vez mais com o Ministério da Educação. Começou a ocorrer uma grande diferenciação nos dois ministérios em 2011. O da Educação gastou com profissionalização R$ 463 milhões enquanto o do Trabalho levou R$ 75 milhões. Levou? O correto é gastou.

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A educação brasileira e os donos das fábricas

A fortuna do pré-sal possivelmente possibilitará ao Brasil tirar o atraso na educação básica. São números estratosféricos que nos dizem dessa possibilidade. Os próximos presidentes da República terão R$ 120 bilhões a mais do que tem hoje para a educação nos próximos dez anos e pelos cálculos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ao mesmo tempo terão de educar 5 milhões de estudantes a menos. Muito mais dinheiro e menos alunos.

Hoje, nosso ensino básico tem baixa produtividade e nossa economia também. Os estudos dão a dimensão de nossa baixa qualidade de ensino. O aluno médio brasileiro de 15 anos tem conhecimentos de ciências e matemática de um chinês de Xangai com 10 anos de idade. Vale ressalvar que os alunos dessa cidade estão abocanhando todos os prêmios internacionais de educação.

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Brasil sempre fica na desvantagem na comparação de conhecimento

Se a comparação inicial, entre um brasileiro e um menino de Xangai, for rejeitada, as demais são difíceis de não obterem consenso. O estudante brasileiro de 15 anos tem o mesmo conhecimento de um coreano de 11 anos, de um canadense ou polonês ou norte-americano de 12 anos, de um turco de 13 anos e para ficar na América Latina, de um chileno ou mexicano de 14 anos.

Se a educação apenas como fonte inicial de conhecimento no Brasil tem nível inaceitável, o reflexo na produtividade está explicado.

Com mais estudo, o trabalhador se torna mais produtivo. O ganho se dá na razão mínima de um ano a mais de escolaridade possibilitar um aumento de 10% na produtividade.

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Relatório do Fórum Econômico Mundial mostra que dá para piorar

Relatório do Fórum Econômico Mundial, publicado no primeiro semestre, aponta o Brasil como um dos piores países nos ensinos de matemática e ciências. Entre 144 nações avaliadas, o país aparece na 132ª posição. Ficamos atrás da Venezuela, Colômbia, Cambodja e Etiópia. O nosso sistema educacional como um todo ficou no 116º lugar, atrás da Etiópia, Gana, Índia e Cazaquistão.

No Brasil, basta ouvir o rádio ou ler jornal para saber que a infraestrutura é precária, os salários baixos, as greves incessantes e partidarizadas, os alunos agridem e os gestores são omissos. Uma das consequências do ensino deficiente, segundo esse estudo, é a dificuldade do país para se adaptar ao mundo digital. Estamos conectados, mas no Facebook, no Twiter, na leitura de receitas de bolos e tantas outras quinquilharias.

Somente na América Latina, na questão de adaptação ao mundo digital, ficamos atrás do Chile, Panamá, Uruguai e Costa Rica. O país vem evoluindo nas últimas décadas. Mas ainda é muito desigual.

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Com o ensino superior público é diferente

O ensino superior público funciona. A USP (Universidade de São Paulo) é a melhor instituição de ensino superior da América Latina. Somos o país da América Latina com maior número de universidades nesse ranking. A questão é que com ensino fundamental fraco a universidade pública só é realidade para poucos que não vieram do ensino fundamental público. Temos de entender de uma vez por todas que poucos não conseguem construir uma potência para muitos.

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