Dia Mundial da Dívida: 27 países falidos e 80 a caminho
No dia 15 de maio, foi "celebrado" o Dia Mundial da Dívida. Nesse dia, a entidade não-governamental britânica mais respeitada no estudo da dívida global - "Jubilee Debt Campaign" (JDC) -, divulgou sua base de dados atualizada. Ao longo de 2016, mais 6 países entraram na lista dos "falidos", subindo para 27 o total. Entre os 27 países encontram-se aqueles afetados pela queda global dos preços das matérias-primas, como Gana, Laos, Moçambique e Mngólia; países da zona euro como Grécia, Irlanda e Portugal e países do sul do globo que vivem em dívida há muitos anos como Jamaica, Paquistão, Tunísia e Sri Lanka. Também há 80 outros países muito próximos da falência. Nessa segunda lista estão dois sul-americanos: o Suriname e a Colômbia.
Em um terceiro patamar - países em dificuldade, mas distantes da "falência" - estão o Brasil e, logo a seguir, a Venezuela. Pode parecer estranho, mas a entidade britânica coloca o Brasil em pior situação econômica que a terra arrasada de Maduro. A explicação está na dívida externa das empresas brasileiras que resultam em 72% do nosso PIB, enquanto a dívida do governo brasileiro, de acordo com a JDC, é de 12% do PIB. A entidade soma as duas dividas - particular e governamental - criando um índice de risco de pagamento da dívida. O risco Brasil é de 40 em um máximo de 60. Já o índice da Venezuela é de 35. Outra informação que pode surpreender a muitos é a de que a Bolívia têm a melhor posição no quesito dívida da América do Sul: índice negativo (-6). Já o Paraguai está na mesma posição do Brasil - índice 39.
Cofres cheios. Grandes bancos lucram R$15 bilhões
Enquanto a economia nacional mostra sinais tímidos de recuperação, os grandes bancos já podem fazer festa. O lucro somado do Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander cresceu 27% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 15,6 bilhões.
Afirmam que a melhora veio da queda de despesas, em particular das provisões contra calotes, do que do avanço das receitas. Os gastos com provisões contra calotes recuaram quase 24%. Foram R$18 bilhões que saíram da rubrica "provisões" indo para a "lucro".
Da falência em Porto Rico à retomada no Brasil e Coreia do Sul
São três países na mira dos grandes investidores globais- Porto Rico, Brasil e Coreia do Sul -aguardam algumas definições para que o aporte de recursos volte à normalidade. Porto Rico está no vermelho, declarou falência e procura por proteção contra credores na esperança de reestruturar US$74 bilhões em dívidas públicas. Os credores, especialmente fundos dos EUA, rejeitaram a oferta de pagar apenas US$787 milhões por ano em serviço da dívida.
O novo orçamento trouxe o corte de US$300 milhões das universidades e 10% nos fundos de pensão, resultando em protestos de estudantes e do funcionalismo público. A Coreia do Sul, como o Brasil, está no laranja para os grandes investidores. Tem de lidar com um baixo crescimento econômico, com o impeachment de Park Geun-Hye, a ex-presidente, com as bombas atômicas de sua vizinha, e inimiga, Coreia do Norte e ainda com a deterioração das relações com a China, seu principal parceiro comercial.
Todos aguardam a decisão do parlamento brasileiro da reforma da previdência proposta pelo governo. Entendem que o Brasil saiu da recessão e o governo apresentou um plano ambicioso de reformas. Todavia, veem com preocupação os altos índices de rejeição popular da reforma da previdência.