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Em Pauta

Duas garrafas de vinho por um milhão de euros. O ouro líquido

Mário Sérgio Lorenzetto | 14/12/2022 06:50
Duas garrafas de vinho por um milhão de euros. O ouro líquido

Recentes roubos de garrafas de vinho com preços fora de órbita e um leilão que chocou muita gente, põe sobre a mesa as particularidades de um mercado que vende por centenas de milhares de euros algo que não deveria custar mais de trinta euros. É o mercado do ouro líquido. Tintos, franceses, artesanais e muito velhos, alguns centenários, este o perfil dos vinhos mais caros do mundo. Junto aos famosos Borgonha e Bordeaux, encontramos alguns italianos. Algumas garrafas podem converter-se em objetos de colecionador e são vendidos por autênticas fortunas.


Duas garrafas de vinho por um milhão de euros. O ouro líquido

Uma garrafa roubada de 132.000 euros.

Os vinhos passaram a ser objeto do desejo dos ladrões. Há poucos dias roubaram do restaurante madrilenho "Coque" garrafas que valiam 132.000 euros cada. No ano passado, no restaurante "Atrio de Cáceres", o roubo foi mais espetacular: 45 garrafas valendo 1,6 milhão cada uma.


Duas garrafas de vinho por um milhão de euros. O ouro líquido

Valem uma pequena frota de Alfa Romeos.

Viaje a N.York, onde o capitalismo se manifesta em todo seu esplendor, e vá a um leilão da Sotheby's. Por lá, há vinhos que valem uma montanha de ouro. O mesmo preço de um "Claude Monet" ou de um "Van Gogh". Bem mais que uma pequena frota de Alfa Romeos de edição exclusiva. Foi o que fizeram os proprietários (herdeiros) do ultimo par de garrafas conhecidas do Romanée-Conti colheita de 1.945. As relíquias partiram, no leilão, de um preço de 34.000 euros e foram vendidas separadamente por 558.000 e 463.000 euros. Pouco mais de um milhão de euros. A primeira delas se converteu, oficialmente, na garrafa de vinho mais cara da história. Preço próximo ao delírio.


Duas garrafas de vinho por um milhão de euros. O ouro líquido

O poder de um Romanée-Conti.

O mundo elitizado do vinho é de extremos exageros e muita descrição "afrescalhada". Em uma diminuta fazenda de apenas dois hectares cultivam os melhores Pinot Noir do mundo. Um "caldo", segundo seus autores (que faz vinho é "autor"), de uma intensa coloração rubí escuro, com a idade adquire tons carmins. Seu "bouquet" (cheiro, na linguagem dos "autores" de vinho) "faz pensar em primeiro lugar em pequenos frutos vermelhos e negros, ainda que também em violetas, essências e outras flores do bosque". Um vinho, enfim, corpulento, "capaz de oferecer sensualidade". Cacetada!!! Bebeu vinho e ficou sensual. Essa "chácara", fica em uma ladeira vulcânica, seus solos são ricos em ferro. Raras vezes leva ao mercado 6.000 garrafas por ano. A colheita de 1.945, a primeira depois da Segunda Guerra, produziu apenas 600, viraram autênticas peças de culto. As demais garrafas, de boas safras, são vendidas normalmente por 50.000 euros.

 

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