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Em Pauta

Duro e afiado como uma espada samurai: o aço e as conquistas

Mário Sérgio Lorenzetto | 10/11/2022 09:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Desde a saída da era bronze, o ferro e o aço passaram a ocupar um lugar mágico nas sociedades. Ninguém conseguia explicar como era possível fabricar um aço duro e, ao mesmo tempo, afiado para produzir espadas. No Japão, a fundição de uma lâmina samurai levava semanas e era parte de uma cerimônia religiosa. A "Espada da Concentração de Nuvens do Céu" era lendária, permitiu que o grande guerreiro Yamato Takeru controlasse o vento e derrotasse todos seus inimigos. Não era um mito que essa espada fosse dez vezes mais forte e mais afiada que qualquer outra. Era a melhor que o mundo já vira. Seu segredo era ser feita de um minério de ferro especial chamado magnetita, o material original das agulhas das bússolas.


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Escondendo pregos.

Em 1.961, a Universidade de Oxford descobriu um poço cavado pelos romanos em 89 d.C., que continha 763 mil pregos pequenos, 85 mil pregos médios, 25 mil grandes e 1.300 extra grandes. O tesouro era de ferro e aço, e não de ouro, o que a maioria das pessoas teria achado desapontador, mas não a universidade. Por que, eles se perguntaram, uma legião romana enterraria sete toneladas de ferro e aço? A resposta é a mesma para o Brasil conquistado por portugueses e espanhóis: o ferro e o aço eram demasiado valiosos para ser deixados para as tribos de celtas, na Inglaterra e de indígenas no Brasil. Também era uma postura europeia: lutar barbeados e penteados para distinguir-se das "hortas selvagens". Isso só era possível com uma lâmina afiada. Ferro e aço conquistaram muitos territórios.


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Apertando-se entre átomos de ferro.

Como conseguir um aço de excelente qualidade? Essa "magia" ficou restrita a pouquíssimos povos durante séculos. Mas, mesmo eles, não tinham ideia como conseguiam produzir espadas duras e afiadas. A explicação viria com a química moderna, que engendrou a metalurgia. O carbono, saído do fogo, não assume o lugar de um átomo de ferro, mas é capaz de apertar-se entre os átomos de ferro, criando um cristal de ótima qualidade. Mas há um problema. Se o ferro se mistura com muito carbono - 4%, por exemplo - torna-se extremamente frágil, mas é afiado. As espadas com muito fogo rápido eram quebradiças. Os japoneses resolveram a equação. Suas espadas tinham aço duro no meio, nunca quebravam em combate; e aço frágil na ponta, bastante afiado, o suficiente para cortar a cabeça de um homem.

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