Eleições compradas: 40% dos brasileiros admitem vender o voto
Leniência. Desde a primeira eleição ocorrida no Brasil, em 1532, em São Vicente, para a escolha dos vereadores, a compra de votos é uma mancha que nunca mais saiu do processo eleitoral. São quatro séculos do poder do dinheiro pairando acima da ideia da vontade popular. Apesar das inúmeras campanhas promovidas nos últimos anos pelo TSE e da perda de mandato de raros eleitos, a compra de votos continua soberana. Não à toa, as alianças convergem para onde há dinheiro. Observem: onde não há dinheiro, não há alianças.
40% vendem voto: a pesquisa da GCB.
Em uma recente pesquisa realizada pela Transparência Internacional, publicada na décima edição do GCB (Global Corruption Barometer), nada menos de 40% dos brasileiros admitem haver recebido, nos cinco anos anteriores, ofertas frequentes de suborno ou favores para votar em um candidato.
76% acreditam em venda de voto.
Quadro semelhante emerge da pesquisa feita pela WVS (World Values Survey). À pergunta com qual frequência os eleitores costumariam receber propinas nas eleições, 42% dos eleitores brasileiros responderam que isso "ocorre com muita frequência". Outros 34% afirmaram que "ocorre com frequência". Ou seja, 76% dos brasileiros acreditam que os brasileiros recebem suborno para votar.
A percentagem é tão elevada que nos coloca em antepenúltimo lugar entre os 42 países onde a pesquisa foi realizada. Pior que o Brasil só o Haiti e as Filipinas, dois imensos desastres democráticos.