Futebol e política sempre estiveram juntos. Copa da Itália
Mário Sérgio Lorenzetto | 22/11/2022 07:00
O Mundial tem sido objeto da política em toda sua história. Dos fascismos, dos nacionalismos, das ditaduras, das democracias. De todo tipo de poder. Recuperemos um pouco dessas histórias. A primeira, como sempre escrevo, tem de ser italiana. Visitemos a Copa da Itália de 1.934.
A saudação romana.
Braços para cima: isto é o fascismo. Todos os jogadores italianos alçam os braços no centro do campo. Fazem a saudação romana. Gritam: "Itália, Duce". E se lançam pela vitória. Roma inteira está cheia de cartazes de jovens atletas com o braço para o alto. A raça latina vai competir. No palco, como uma figura futurista, cheia de ângulos e músculos fornidos, emerge Mussolini. Está rodeado por milhares de camisas negras. Aqui não se disputa uma partida de futebol. Mussolini deixou claro ao presidente da Federação Italiana de Futebol.
Braços para cima: isto é o fascismo. Todos os jogadores italianos alçam os braços no centro do campo. Fazem a saudação romana. Gritam: "Itália, Duce". E se lançam pela vitória. Roma inteira está cheia de cartazes de jovens atletas com o braço para o alto. A raça latina vai competir. No palco, como uma figura futurista, cheia de ângulos e músculos fornidos, emerge Mussolini. Está rodeado por milhares de camisas negras. Aqui não se disputa uma partida de futebol. Mussolini deixou claro ao presidente da Federação Italiana de Futebol.
Vencer ou morrer.
Mussolini: "Não sei como fará, mas a Itália deve ganhar esse campeonato".
Mussolini: "Não sei como fará, mas a Itália deve ganhar esse campeonato".
Presidente da Federação de Futebol: "Faremos todo o possível".
Mussolini: "Não me entendeu bem, Itália deve ganhar este Mundial. É uma ordem".
Vencer ou morrer, rezava o lema fascista. A Itália vence a Tchecoslováquia na final. E o Duce aproveita. Um dia depois, uma cerimônia comemora a epopeia. Os jogadores vão ao ato com o uniforme fascista. São comparsas dele, do Duce.