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Em Pauta

Guerras orientais terminam em esfiha. A história dessa iguaria

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 19/10/2023 08:15
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Dizemos "tudo termina em pizza", quando nos referimos a um final de embate em que os lados antagônicos fazem um acordão. E o sangue não corre. Pelos lados do Oriente Médio, a cultura é diferente. Tudo termina em esfiha. O acordo ocorre apenas como pausa, como um tempo de descanso,  para que as desavenças retornem....e eternizem. Não existe uma esfiha, tal como não existe um pensamento comum àqueles povos. Existem centenas de esfihas.


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As esfihas chegaram!!!

É uma das maravilhas do Oriente Médio. Conta a história que chegaram - e tomaram conta do gosto brasileiro - após uma longa e caríssima viagem turística de D.Pedro II. Quem pensa que as viagens intermináveis do Lula são faustosas, a de Pedro II humilharia as do barbudo petista. Levou para passear nada menos de 200 puxa-sacos com dinheiro público. É claro que uma comitiva desse tamanho - e muita suntuosidade - deixou os libaneses perplexos. Pedrinho II também causou alvoroço por lá por falar o árabe e ser cristão. Passaram a indagar se o Brasil seria tão rico como a "turminha" de Pedro II dava a entender. E para cá vieram. Contam que havia faixas nas ruas de Beirute incentivando a viagem para o Brasil.


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Cristãos: mascates, industriais e comerciantes.

A imensa maioria dos libaneses que para cá vieram eram cristãos. Viviam mal em um país dominado pelos turcos otomanos que eram adeptos do islamismo. Lhes faltavam terras. Não eram propriamente perseguidos pelos turcos poderosos, mas não lhes restavam muitos espaços no poder. O Líbano só viraria um Estado de fato em 1.941, época em que já havia milhares de "patrícios" vivendo em solo brasileiro. Entre 1.884 e 1.933, o Brasil recebeu 130 mil libaneses junto com sírios. Hoje há quase 12 milhões.


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E viva a esfiha!

Não dá para cravar quando a esfiha surgiu. Se você for por aquelas bandas peça "lahmajin", carne com massa, em árabe. Mas não há como deixar de se complicar com a enorme quantidade de formatos e recheios existentes. No Líbano, há versões maravilhosas com massa folhada. Os recheios nos são conhecidos: carne, queijo, espinafre e escarola. Na Síria, a esfiha mais comum é com pinote. Já na Turquia, a maioria vem com pimentão. Os armênios fazem esfiha com uma espécie de salsicha de carne bovina ou de cordeiro. Uma curiosidade: o que chamamos de "esfiha fechada", no Oriente Médio não é considerada esfiha, recebe o nome de "fatayer".

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