Homo ludens: o jogo nos tornou humanos
A ideia é do historiador holandês Johan Huizinga - autor do excelente "Outono da Idade Media" . Huizinga defende que o jogo é um dos principais elementos que nos tornam humanos, tanto quanto o raciocínio e fabricação de objetos. O jogo seria, portanto, um dos pilares da cultura humana.
As origens das cartas de baralho.
A hipótese mais difundida é de as cartas de baralho teriam surgido na China, onde as usavam, no século X a.C. Eram pequenas folhas ou fichas de papel, marfim ou metal. Tinham imagens e símbolos e, provavelmente, eram uma imitação do jogo do dominó (sem duvida, invenção chinesa). A outra hipótese é que as cartas do baralho eram uma imitação dos jogos de dados (originários dos "bárbaros do Oeste", como os chineses denominavam os romanos). Da China, as cartas teriam sido levadas para a Pérsia (atual Irã) e de lá, para o Egito. Em seguida, foi a Veneza, de onde se espalharam para o resto da Europa.
Papel e gravura.
Seja qual for a história correta - chinesa ou romana - o que foi essencial para a difusão do baralho na Europa foram o papel e a gravura. Sem os dois as cartas não teriam alcançado tamanha popularidade. E o sucesso foi tão grande que começaram a criar centros de produção de cartas de baralho, que produziam milhares de cartas. De início, os baralhos eram feitos artesanalmente para a rica aristocracia europeia, como se fossem artigos de luxo. Depois, apesar da proibição da igreja, venderam tantos baralhos que tiveram de criar corporações de ofício, com hierarquias e regulamentações próprias.
Chegando no Brasil.
O baralho chegou no Brasil pelas mãos dos primeiros marinheiros que em nossas praias aportaram. Eles jogavam nas horas de intervalo em suas caravelas. Mas, em grande quantidade, só chegaria quando criaram, em 1.769, a "Real Fábrica de Cartas de Jogar" em Lisboa.