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Em Pauta

O carnaval das escolas de samba surgiu de uma canetada

Mário Sérgio Lorenzetto | 05/02/2023 09:15
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O Brasil viveu sob a égide do regionalismo durante séculos. Em 1.930, Getúlio Vargas assumiu o poder prometendo renovação nacional que logo assumiu cunhos fascistas. O ditador brasileiro era fã declarado do italiano Mussolini. Uma das mudanças desse tempo foi a construção de uma identidade nacional, visando demolir o regionalismo.


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O samba era baiano.

O samba era um estilo da Bahia. Chegou ao Rio de Janeiro através das ondas do rádio que só teve importância no Brasil à partir de 1.922. Originalmente, o samba era irreverente, satirizava os poderosos e exaltava a malandragem. Não chegava nem perto de ser nacionalista. Praticamente todos os grupos de samba tinham sessões de sopro inspirados nas bandas de jazz norte-americano.


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Samba censurado.

Quando o samba se tornou a música mais popular da capital da República, o governo tratou de enquadrá-lo. Apologia ao crime e à malandragem foram censurados. Mas só proibir nunca deu certo. Era necessário cooptar o samba. A primeira escola de samba, denominada "Deixa Falar", fundada em agosto de 1.928, no Rio de Janeiro, nasceu livre e critica. Mas, em 1.932, os desfiles se tornaram oficiais e, no ano seguinte, recebiam auxílio financeiro da prefeitura. O regulamento tornava obrigatório a existência das alas das baianas e proibia os instrumentos de sopro, considerados influência estrangeira. A história oficial virou o tema fundamental dos desfiles. Era o fim do carnaval livre, leve e contestador. Virava um apêndice do poder. Continua a ser até os dias atuais.


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A algazarra carnavalesca.

Como era o carnaval antes das amarras das escolas de samba colocadas pelo governo? Uma algazarra. Um caos onde as maiores diversões eram atirar água uns nos outros e xingar os poderosos. O samba não era o ritmo favorito. Nos bailes predominavam polcas, valsas e tangos. Nos "cordões" e "ranchos", as marchinhas dividiam espaço com o maxixe e as modinhas. Era carnaval, como nos demais países, uma festa onde a bagunça e a contestação deveriam reinar.

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