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Em Pauta

O crescimento do setor imobiliário é uma bolha econômica?

Mário Sérgio Lorenzetto | 05/10/2020 08:03
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

O setor imobiliário dá sinais mistos diante da queda econômica causada pela pandemia. De um lado, os lançamentos de novos imóveis está em baixa, mas as vendas estão em alta, uma recuperação acelerada, até superando números de anos anteriores.


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Queda nos lançamentos.

De acordo com os dados da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) e da FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), os novos lançamentos recuaram 21% no primeiro semestre de 2020 na comparação com o primeiro semestre do ano passado. O INGE vai na mesma linha. Diz que o setor da construção registrou queda de 5,7% entre abril e junho, na comparação com os mesmos meses do ano anterior.


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Crescimento de 10% nas vendas.

Segundo as mesmas entidades, no entanto, as vendas no primeiro semestre de 2020 cresceram enormemente, foram as maiores desde 2014. Venderam 61.600 imóveis no Brasil no primeiro semestre, um crescimento de 10% em relação aos primeiros seis meses de 2019.


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Juros baixos explicam uma parte das vendas.

Aluguéis. Essa é a explicação para o milagre inesperado das vendas. O crescimento de vendas está diretamente conectado aos patamares dos juros bancários. Ninguém quer saber de continuar com o dinheiro aplicado nos bancos. A atual taxa SELIC está em 2% ao ano. É o menor patamar desde 1999, quando o Banco Central passou a adotar o regime de metas. Ela age em dois sentidos. Por um lado, inibe a aplicação bancária, ao mesmo tempo, barateia a compra de dinheiro nos bancos. Dinheiro barato facilita o negócio de imóveis. Tomar empréstimo no banco para comprar uma casa ficou barato. Pagar os juros também. Muitos adotaram a estratégia de comprar imóveis para alugar. Em julho, 36.800 casas ou apartamentos foram financiados. Foi o melhor mês desde abril de 2015. A resposta à indagação inicial, por enquanto, é muito clara: o negócio imobiliário não é uma bolha. Pelo menos por este resto de ano.

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