O maior enigma sobre o coronavírus: a imunidade
Primeiro foram os 4 de Wuhan. Em seguida, um ou outro caso surgiu em países europeus. Ainda não preocupavam. Esta semana, a Coreia do Sul, um dos países que melhor conteve a pandemia do coronavírus, informou que 116 pacientes considerados curados voltaram a ter a infecção por esse vírus. O país está analisando esses casos e não deu maiores informações. O mundo científico desviou parte de recursos financeiros e humanos para estudar o que chamam de "O maior enigma sobre o coronavírus".
Cada vírus ou bactéria, um tipo de imunidade (ou nenhuma).
Com alguns vírus, como o da catapora, a infecção confere resistência quase universal e duradoura. Por outro lado, a infecção acusada pela bactéria do tétano, não oferece proteção. Mesmo a pessoa vacinada contra esse mal, precisa de doses regulares de reforço. Todos somos obrigados a tomar anualmente a vacina contra a gripe comum, a famosa "vacina do velho", seu efeito não chega a um ano. No extremo oposto deste espectro, os indivíduos infectados pelo HIV geralmente têm grandes quantidades de anticorpos que não fazem nada para prevenir ou combater a doença, não são anticorpos neutralizantes, são uns "bananas preguiçosos".
Faltam dados. Ninguém sabe.
Desde o início, algumas pessoas - principalmente o primeiro-ministro da Inglaterra, Boris Johnson e seu consultor científico - elogiaram a certeza de que a imunidade poderia ser um meio de acabar com a pandemia. Essa ideia foi replicada mundo afora sem nenhuma prova científica. E, embora, pareça que os pacientes que se recuperaram do covid-19 possuam anticorpos por pelo menos três semanas, ainda faltam dados a longo prazo. A saída dos cientistas está sendo analisar outros coronavírus para obter respostas.
Dois ou três anos de imunidade?
O covid-19 é um dos muitos coronavírus existentes. A imunidade contra oso utros coronavírus (como os que causam resfriado comum) começa a declinar algumas semanas após a infecção. Essa observação é perturbadora. Só teremos a vacina contra o covid-19 no próximo ano. Porém, os estudos sobre o SARS-CoV, o vírus que causa a síndrome respiratória aguda grave (SARS), que compartilha uma quantidade considerável de seu material genético com o covid-19, são mais promissores. Se igual, teremos proteção por dois a três anos.