O mapa eleitoral tem tons de disputa acirrada
Passada a tensão dos números eleitorais do TSE, a mídia publica um mapa colorido dos Estados brasileiros: Estados avermelhados para o PT e azul para o adversário, seja Serra, Alckmin, Aécio ou Bolsonaro. A ideia nada tem de original, apenas uma cópia do que o jornalismo norte-americano adota há decênios. Para eles, faz sentido e essa representação gráfica é correta. Nos EUA, a decisão presidencial se dá pelo número de Estados vencidos e não pelo voto majoritário.
Reforça o "nós contra eles" e esconde disputas acirradas.
Essa forma de representação leva à construção - ou aprofundamento - de preconceitos e reforça o "nós contra eles" que vem se aprofundando cada vez mais no país. Na verdade, há Estados e Municípios muito extensos em área mas muitas vezes com populações diminutas e, portanto, com poucos votos em disputa.
O LabCidade da USP construiu os verdadeiros mapas eleitorais.
Para contribuir com a compreensão do voto no primeiro turno, o LabCidade, da USP, produziu leituras cartográficas que nos dão uma melhor - e correta - visualização das diferenças entre Lula e Bolsonaro utilizando não só cores, mas também seus devidos tons. Assim, o vermelho é mais forte onde Lula conseguiu vantagem muito grande. O mesmo vale para os votos de Bolsonaro: o verde é mais forte onde o presidente alcançou enorme diferença sobre seu opositor. Também é fundamental enxergar as abstenções ocorridas. Os petistas terão de trabalhar muito para levar eleitores ás seções eleitorais em amplas áreas do norte do país, no vizinho MT e, especialmente, em Minas Gerais.
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