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Em Pauta

O monstro e o assassino. De Frankenstein a Hannibal Lecter

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 02/11/2023 12:44
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Pensando bem, são quatro títulos: "Frankenstein", "o Médico e o Monstro", "Drácula" e o "Retrato de Dorian Gray". São esses livros que rebelaram contra as teses criminológicas que existiam e guiaram a humanidade à posterior definição dos assassinos. Foram eles que criaram a definição dos psicopatas, daqueles que amam matar. Essa literatura destruiu os conceitos da exigência da marginalização como condição para o nascimento do assassino e de que eles tinham de ser "feios", homens com problemas físicos que os tornariam "monstros".


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Sem consciência de culpa, os ricos também podem ser assassinos.

O que há em comum nos personagens desses livros? Todos têm necessidade de matar. Representam características da psicopatia e ausência da consciência de culpa. Mais do que isso, pela primeira vez, surgiram ideias de que os ricos também podem se psicopatas, podem ser assassinos. Em verdade, a mensagem desses quatro livros é revolucionária: não busquem assassinos apenas entre os marginalizados, eles também vivem nas mansões. Por outro lado, mostram que os assassinos nem sempre são pobres, podem ser pessoas que têm a identidade fraturada, não conseguem construir sua identidade porque não alcançam o reconhecimento de terceiros.


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Sai o feio.

"Frankenstein" desafia o paradigma da fisionomia, que determinava que seres horríveis não podiam ser bondosos e nem bem dotados intelectualmente. Era a tese que imperava na época. Todavia, Mary Shelley, a autora de Frankenstein, descreve no livro um homem horrível, mas bondoso e inocente. Só passará a atacar depois de vilipendiado. Já o "Médico e o Monstro", cria a ideia da dupla personalidade, ainda muito debatida nos meios psiquiátricos. "Dorian Grey" mostra o mais elevado conceito do psicopata integrado à sociedade, de boa reputação, mas manipulador e corruptor.


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Os chefões do narcotráfico são psicopatas?

Eles aparecem como pessoas que não hesitam em matar. Assassinam como se estivessem atirando em latinhas. Não há limites para suas ações violentas, matam qualquer um que lhes oponham obstáculos. Os chefões do narcotráfico são assassinos em série, são psicopatas? Porque despertam tanta atração? Creio que é parte de nossa natureza nos mantermos despertos, vigilantes. Em torno de 99% da existência do humano, foi vivendo como caçadores. Eles nos fascinam porque evolutivamente estamos predestinados a manter-nos alertas. Eles são predadores de humanos. Eles nos caçam. Poucos, mas há os Hannibal Lecter, os que canibalizam.

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