O mundo cinzento das Cracolândias
Quem gostaria de ter uma Cracolândia em sua rua? Não resta dúvida que o aglomerado de usuários de drogas, apelidado de Cracolândia, é, ao mesmo tempo, um fator de socialização de marginalizados das sociedades, como também é um fator de propagação de criminalidade. É possível afirmar que, no Brasil, onde há Cracolândia, ocorre um aumento de delinquências variadas. Também é para os moradores dessas regiões, um fator determinante para a vida em suspense ou para mudanças para outras regiões das cidades mais tranquilas.
As Cracolândias, por outro lado, exprimem a liberdade, na pratica, do uso de drogas em nosso país, mas também são um território ocupado na marra. Os usuários tornam-se proprietários daquilo que é de todos. - as ruas. São invasores de ruas. Esta é uma das faces perversas das Cracolândias, em um país que passou a aceitar, e defender, os "esquerdos" (pois "direitos" não são) de invasores de terras, invasores de prédios, invasores de centros científicos... invasores de qualquer propriedade, particular ou coletiva. Mas o mundo não existe apenas em preto e branco, há o cinza e milhares de tons assemelhados. A vida não é feita apenas de "a favor" ou "contra".
Os usuários de drogas não podem ser conduzidos "coercitivamente", na marra, para algum centro de detenção (ainda que disfarçado de tratamento). Vivemos em uma cultura repressiva em que o cárcere aparece como castigo para qualquer delito. Privar a liberdade de uma pessoa é algo muito radical. Não se pode abusar e muito menos frivolizar. Esse é um debate difícil porque vai contra as ideias concebidas e metidas nos cérebros dos cidadãos. Condenam alguém a cinco anos de prisão e muitos se indignam porque lhes parece pouco. Qualquer forma de cárcere é uma medida de extraordinária gravidade que em sociedades civilizadas é usada com enorme comedimento. Não deveria ser banalizada como no caso dos usuários de drogas que são presos às centenas diariamente. A única saída plausível e humana é a construção de centros de tratamento com todos os profissionais, para tentar uma cura dificílima, e isso não existe no país.
A caverna da máfia e a solidão
Para escrever, ele refugiou-se em um canto da sala de jantar, separado do resto da casa por uma divisória de madeira. Na porta, colocou uma tabuleta de humor caribenho "La Cueva de la Máfia". Dentro, havia uma estante com alguns livros, vários dicionários, um globo terrestre, a mesa de madeira com a máquina de datilografar Olivetti, dois quadros de gosto mais que duvidosos e uma pilha de 500 folhas de papel ofício.
A primeira versão de "Cem Anos de Solidão" tinha o equivalente a mais de duas daquelas pilhas - mais de mil páginas datilografadas de forma impecável. Após semanas de cortes, Gabriel García Márquez conseguira condensar o livro para 590 páginas.
O dinheiro tinha acabado. Vendera o carro, penhorara as joias da mulher e depois a televisão, o rádio e tudo que fosse penhorável. Quando, finalmente, o livro terminou, ele devia nove meses de aluguel, quatro meses de açougue e não lembravam de mais nada para penhorar.
Na hora de despachar, pelo correio, os originais, o funcionário pesou o pacote, e disse: "São 82 pesos". Contou o dinheiro, só tinha 53. Dividiu o pacote em dois e despachou. Lembrou do secador de cabelos da esposa e de uma batedeira de bolo. Empenhou as duas máquinas e retornou ao correio.
A primeira edição com 8 mil exemplares esgotou em 15 dias. A editora programara vendê-los em um ano. Veio uma segunda com 10 mil exemplares. Sumiram em 15 dias. Começaram a chegar pedidos de todos os lados. O México queria 20 mil exemplares, a Colômbia, outros 10 mil... A editora teve de suspender a impressão de todos os demais livros e comprar cotas extras de papel.
Em três anos, foram 600 mil exemplares, em oito, chegaram a 2 milhões. Pouco depois, já tinha vendido 25 milhões de exemplares. Quando ele fez 80 anos de idade, em março de 2007, tinha vendido 50 milhões de exemplares em 36 idiomas, e não parou de vender até hoje. Há 50 anos, nos idos de maio, Gabriel García Márquez viajava para o México onde escreveria sua obra prima.
Capturar CO2 do ar para vender à Coca Cola e agricultura
Fica na Suíça a primeira fábrica do mundo capaz de captar dióxido de carbono - CO2 - diretamente da atmosfera para, depois, vendê-lo a empresas de bebidas com gás , como a Coca Cola, ou a estufas agrícolas, onde o gás acelera o desenvolvimento das plantas. A ClimeWorks é a empresa dona da patente da nova tecnologia que recebeu o nome de "captura direta do ar", cuja instalação de larga escala estará concluída em poucos meses.
A primeira fábrica de captura de CO2 fica em uma pequena cidade denominada Hinwill e terácapacidade de capturar 900 toneladas de dióxido de carbono anualmente, o equivalente à emissão de 200 automóveis.
O único problema que teve de ser enfrentado pelos industriais foi o excessivo consumo de energia elétrica. A saída foi acoplar a indústria de captura de CO2 a uma infraestrutura de biomassa que cria eletricidade à partir de resíduos.
Pretendem montar fábricas idênticas em todos os cantos do mundo, dizem que a concentração de CO2 é a mesma em qualquer lugar do planeta e já conseguiram US$7 milhões para outras unidades.