O novo reinado do dólar castiga o resto do mundo
Desde a posse de Guedes no comando da economia brasileira, o dólar foi hiper valorizado no Brasil. Bom para as exportações, especialmente da agropecuária, ruim para a importação de máquinas para as indústrias e de alguns alimentos de que não dispomos. A leitura simplista indicaria que basta trocar Guedes para ocorrer a queda do valor do dólar. Não é tão fácil, como pode parecer à primeira vista.
Ruim para o mundo.
"Em Deus confiamos" se lê em todas as cédulas norte-americanas desde os anos cinquenta. Os norte-americanos creem em Deus, mas também no dólar. Desde essa época, fim da Segunda Guerra Mundial, só sofreram uma grande derrota: quando os chineses deixaram de comprar petróleo em dólar. Mas também há algo que merece prestar atenção: o mercado de moedas é pouco volátil. Tirando episódios esporádicos como o ataque que George Soros fez à moeda inglesa, em 1.992, ou a medidas como a de Guedes no Brasil, as flutuações costumam ser pequenas. Mas essa realidade está mudando. O yen japonês perdeu mais de 20% em um ano. A libra inglesa e o euro, mais de 15%. E o mais inesperado: o yuan chines foi depreciado em mais de 10%, a maior queda em 28 anos.
A inflação dos EUA castiga o brasileiro.
Nas redes sociais há um furor ao verificar a alta inflação nos EUA. Nada mais equivocado. A alta do dólar é uma medida do Banco Central dos EUA para tentar conter a inflação de mais de 8%, que eles não conheciam há gerações. Não há perspectiva de que a inflação norte-americana venha a cair em curto espaço de tempo. Quem comanda a alta expressiva do dólar, neste momento, portanto, é o ritmo da inflação dos EUA. De nada adianta mudar Guedes por qualquer outro administrador da economia nacional visando uma expressiva queda do dólar. Dólar alto para nós, significa, por exemplo, combustível caríssimo. Quando voltaremos a ter combustível a dois ou três reais? Pergunte ao dólar.