O pasto que sequestra carbono, o fim da demonização do Agro
No mundo ocidental o debate é agudo: a pecuária emite muito carbono, é uma atividade contrária aos anseios ambientalistas. Essa demonização dos produtores rurais está prestes a findar. Os cientistas da Alianza de Biobersity International, em conjunto com o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), também com a Universidade de Sttutgart, da Alemanha e com financiamento do Banco Mundial, descobriram um sistema de sequestro de carbono que, nos últimos cinco anos, enterrou mais gases contaminantes do que as cabeças de gado emitem. O segredo está no pasto. E ele não é desconhecido no Brasil. E ainda tem um forte aliado: o gado nelore é o mais indicado para a melhora ambiental.
A diferença está na profundidade alcançada.
Todos os pastos enterram carbono que absorvem da superfície, mas a profundidade modifica tudo. As raízes de outros capins alcançam em torno de 30 centímetros e, nessa camada de terra, existe uma enorme quantidade de micro-organismos que se alimentam desse carbono e o devolvem à atmosfera. Todavia, as raízes do capim "Urochloa humidicola", também conhecido como "Brachiara umidicola", alcança mais de um metro e meio de profundidade. Nessa profundidade, retém 15% a mais desses gases durante duas décadas. Equivale a uma melhora de 100% na eficiência de captação de CO2.
17 de quilos de carbono sequestrados.
Nos cinco anos de testes, desde 2.017, com a dupla Brachiara umidicola e gado nelore, o CIAT garante que conseguiu para cada quilo de carne produzida há uma marca negativa de carbono de 17 quilos de CO2 equivalente.
Parcelas de fazendas vendidas como se fossem apartamentos.
Há uma nova forma de adquirir esse tipo de fazenda ambientalmente sustentáveis. Começam a vendê-las como se fossem apartamentos. Adquiriram quase 9 mil hectares, realizaram as mudanças de pasto e gado, e passaram a vender parcelas de 1.000 hectares a investidores internacionais. Para a Nature Conservancy, uma entidade independente desse projeto, "é completamente viável produzir carne sustentável". Também afirma que esse é um projeto viável, mas requer investimento elevado. E, por fim, diz: "é importante deixar de satanizar o setor" buscando alternativas viáveis que comunguem pecuária com sustentabilidade.