O velho debate da integração América Latina e o BNDES
Moeda única, unindo Brasil e Argentina? Esqueçam, não passa de discurso vazio. O debate possível, mas difícil, é o de integrar as economias da América Latina. Essa é uma distante possibilidade que conta com o respaldo de nada menos de 70% dos latino-americanos, segundo uma recente pesquisa do BID.
A história está cheia de intenções falidas.
A história está cheia de intenções de impulsionar a economia da região unindo os países em um só bloco. Todos falidos. Mas este pode ser um momento diferente. As cinco principais economias - Brasil, México, Argentina, Chile, Colômbia e Peru - tem governos de esquerda. Existe uma pequena possibilidade de melhor coordenação entre eles.
Obstáculos reais à integração.
Excesso de retórica, excessivo nacionalismo e deficit de liderança tem sido historicamente os maiores obstáculos à integração. Vale lembrar que em 2007, sonharam em criar o Banco do Sul, substituindo o FMI, que agia fortemente em nossa região. Foi um dos muitos fracassos. Outro obstáculo citado pelos estudiosos é do excesso de estatismo. Só é possível integrar com a participação decisiva de empresas privadas.
O plano de voltar a usar o BNDES para financiar vizinhos.
Lula foi saudado efusivamente na reunião da CELAC, a Comunidade de Estados da América Latina e Caribe. Disse categoricamente que o BNDES voltará a ceder empréstimos aos vizinhos. O histórico desses empréstimos trouxe mais problemas que soluções. Primeiro, é preciso entender que o BNDES concede empréstimos raros para o sistema bancário mundial: são de longo prazo. Também são subsidiados, isso significa dizer que o dinheiro que o BNDES empresta para o Paraguai (ou para uma empresa brasileira), por exemplo, sai, em parte, de nosso bolso.
A bagunça criada pelos empréstimos do BNDES nos governos petistas.
Muito se falou, nos anos anteriores, sobre as falcatruas que o BNDES teria cometido nos tempos petistas. O governo Bolsonaro contratou uma auditoria caríssima, R$48 milhões, e nada encontrou. Nunca mais tocou no assunto. A bagunça não está em corrupções internas no BNDES. Está para quem empresta. Cuba e Venezuela, por exemplo, são ditaduras que levaram seus povos à profunda indigência. Emprestar a eles significa dar-lhes sobrevida, apoiá-los. É imoral e antidemocrático. A democracia tem de ser respeitada no Brasil. Lá fora, apoiamos ditaduras? Óleo de Peróba está em falta para os mandatários do BNDES e do Palácio do Planalto. Mas a história fica ainda pior: essas duas ditaduras estão devendo empréstimos anteriores. Além de Imorais e antidemocráticos, são frouxos e incompetentes. Há muitas outra lambanças, bastam estas. São revoltantes.
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