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Em Pauta

O voto mandioca e a noite da agonia

Mário Sérgio Lorenzetto | 02/10/2022 08:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

O nosso Estado sempre teve fortes conotações absolutistas. Os planos econômicos brasileiros seguem o mesmo padrão: quando as pessoas leem os jornais da manhã o "pacote" está consumado. Sem defesa possível. Essa é uma prática em países que ainda não conseguiram romper com o absolutismo. O Estado brasileiro nasceu para impedir, em Portugal e no Brasil, as transformações democráticas que aconteciam na Europa e nos Estados Unidos.


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Só vota quem tiver 120 alquebres de mandioca.

Aconteceu no dia 03 de junho de 1.822 sob convocação de Pedro I. O objetivo era elaborar a primeira Constituição brasileira. O rei afirmou que aceitaria a Constituição desde que (sempre tem um "mas", um "desde que") ela fosse digna do imperador (dele mesmo). Nela, estava demarcada a abrangência da nossa democracia. Só poderia. Ser eleitores ou candidatos aqueles que tivessem certa renda equivalente a 150 alquebres de farinha de mandioca. Mas, quantos hectares era um alqueire? O alqueire mineiro correspondia a 4,84 hectares. Já o alqueire paulista, era de 2,42 hectares. Além de injusta e excludente, nossa democracia nascia sob a égide da bagunça.


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Contrários foram presos ou deportados.

Começou à partir daí, o que hoje chamamos "polarização política". Aqueles que eram favoráveis à Pedro I, do partido denominado "português", tinham os favores da monarquia. Os contratos, do "partido brasileiro", acabaram presos ou deportados. Em 12 de novembro do mesmo ano, o imperador, usando forças militares, cercou e dissolveu a Assembleia Constituinte. Tudo que, desde essa época, vem acontecendo no Brasil, tende a seguir o mesmo roteiro: polarizações, quarteladas, desrespeito às leis, favores para amigos dos mandatários.... este é um país do passado. Passado remoto.

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