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Em Pauta

Onde fica o Qatar? Lugar que destruiu a euforia do futebol

Mário Sérgio Lorenzetto | 19/11/2022 07:30
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A exceção fica por conta daqueles que vivem da milionária indústria do futebol, o fato é que, pela primeira vez em décadas, a Copa do Qatar está sendo tratada como um diminuto evento esportivo. Não trouxe a mínima euforia no mundo ocidental. Qatar é um país sem tradição futebolística, regido por uma monarquia absolutista anacrônica. Trata as mulheres como seres inferiores por ditame divino.


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Seis mil mortos.

Segundo o respeitado jornal inglês "The Guardian", mais de seis mil trabalhadores morreram durante as construções dos estádios que receberão as partidas de futebol. Todos submetidos a condições laborais infra-humanas.


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O dinheiro do futebol cala bocas.

Tudo isso provoca em alguns países participantes escrúpulos de natureza moral. Uns e outros se esforçam por calar a voz da consciência. Suponho que não será o caso da Arábia Saudita. Ignoro a postura da Argentina, que organizou um Mundial, em plena ditadura militar.


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Dinamarqueses lutam contra o desrespeito aos direitos humanos.

Destacam por sua inventividade os dinamarqueses. A última de suas ocorrências foi colocar na camiseta oficial da seleção as palavras "Human Rights for All", rapidamente proibida pela FIFA. Essa entidade tão maculada, diz se opor a misturar esporte com política. Mas o troféu da provocação fica por conta dos alemães. Propõem comemorar cada gol com um beijo na boca. No Qatar até homem beijar mulher na boca, fora de suas residências, é ato afrontoso.


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Todos contra Daniel Alves.

Só há uma unanimidade nacional: todos contra a convocação de Daniel Alves para a seleção brasileira. Poucos creem na vitória de nosso time. Não temos um só lateral respeitável e o meio de campo será novamente refém do Casemiro, um jogador trintão. Agora bem, não sou imune à tentação e presumo que, como algumas de minhas seleções prediletas chegue aos oitavos de final, me será difícil resistir ao vil pecado e, maldita incongruência, acabarei sentando-me em frente do televisor. E para completar, nem uma cervejinha podem tomar. Vai te Qatar!

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