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Em Pauta

Órgãos preguiçosos de noite e ativos de dia: ritmos circadianos

Mário Sérgio Lorenzetto | 09/11/2022 08:40
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Já um relógio biológico que marca o compasso da vida. Localizado no hipotálamo, nas profundezas do cérebro, o chamado "relógio central", sincroniza e traduz para os demais relógios que temos no corpo, o horário exato. As pessoas não imaginam mas nossas células e tecidos não são os mesmos às 10 horas e às 20 horas. As células e tecidos antecipam as mudanças, por exemplo, da hora de comer. Se preparam para o almoço às  12 horas. Também antecipam a hora de dormir. Começam a reduzir o ritmo de seus trabalhos quando o sol se põe.


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Apenas 20.000 neurônios.

Esse relógio central do hipotálamo é diminuto: é formado por somente 20.000 neurônios. Mas é ele que diz para o relógio da pele ou do pâncreas que está na hora de acordar ou de dormir. É ele que comanda o relógio do fígado à noite garantido que nada comeremos, que ele nada terá a metabolizar. Um fígado de noite é muito diferente durante o dia.


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Sem insulina e melanócitos de noite

Também é esse relógio central que determina que nossos pâncreas não produzam insulina pela noite. Isso significa que nosso corpo não está preparado para os assaltantes de geladeira noturnos. Aqueles que comem tortas e doces pela madrugada não imaginam que não engordam apenas devido à ter ingerido mais calorias, engordam também por estarem levando o relógio do pâncreas à desorganização. Assaltar geladeira à noite tem efeito duplo na obesidade. Por outro lado, há aqueles que não sabem que o relógio circadiano está comandando o horário de nossos melanócitos trabalharem. Esses melanócitos funcionam como os cremes que passamos na pele para nos protegermos dos excessos do sol. Começam a funcionar pouco antes do sol nascer e param de funcionar algum tempo antes do sol desaparecer. São ultrassensíveis, não toleram qualquer mudança de horário.

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