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Em Pauta

Os esquecidos da terra. Desempregados

Mário Sérgio Lorenzetto | 29/04/2017 08:00
Os esquecidos da terra. Desempregados

A maior manifestação de ontem não foi ouvida. Mais de 112 mil desempregados no Mato Grosso do Sul gritaram suas dores e abandono... em suas casas. Para eles e elas não existe sindicato, taxa sindicais e demais apanágios. Ninguém os defende. Os partidos políticos não os procuram.

Não os financiam. São surdos para o ronco das barrigas vazias e das dívidas impagáveis dos desempregados. Não os respeitam. Nem mesmo disfarçam a sanha de buscar votos onde a população é organizada e melhor aquinhoada pelos salários, públicos, em sua maioria. Só existem para o IBGE. São números e não gente. Só ganham manchetes quando algum órgão público divulga a implacável marcha que ceifa empregos. Mas serão eles que decidirão as eleições de 2018.

Os esquecidos da terra. Desempregados
Os esquecidos da terra. Desempregados

Os esquecidos da terra. Serra do Amolar

Uma das mais belas pantaneiras está na desconhecida Serra do Amolar. Localizada na fronteira do Brasil com a Bolívia, entre Cáceres e Corumbá, está o Parque Nacional do Pantanal e três reservas particulares. Lá sobrevive uma pequena comunidade. Algo como uma centena de moradores. Vivem da pesca e da coleta de minhocas para servir de iscas para pescadores endinheirados que visitam a região em passeios turísticos. Uma vida esquecida por todos. São fortes e valentes.

Talvez regenerem como as minhocas que coletam, algo impossível de explicar para sua resistência ao abandono. A exclusão social e a inexistência de ações para a melhoria da vida desse povo é inexplicável. A alimentação básica dessa população é constituída de arroz, peixe e muito sal. Decorrente desse modo de vida obrigatório, a maioria da população sofre de problemas circulatórios e cardíacos.

Não há posto de saúde, não há medicamentos, não há assistência social, são 20 horas de barco do porto de Corumbá até a comunidade do Amolar. Apenas sobrevivem. Não invadem terras, não fazem greves, não desrespeitam as leis... não se insurgem contra os poderosos e não são massa de manobra dos oposicionista de plantão. Até quando?

Os esquecidos da terra. Desempregados
Os esquecidos da terra. Desempregados

É possível criar uma fórmula matemática para a felicidade?

Mo Gawdat sempre foi bem sucedido profissionalmente. Passou por empresas como a IBM, Microsoft e, hoje, é alto executivo na Google. Mas, desde jovem, se sentia infeliz. Por isso, dedicou-se a criar a "fórmula da felicidade".

A perda inesperada de um filho que tinha 21 anos, permitiu a Mo Gawdat testar ao limite a eficácia da fórmula que havia desenvolvido. Recentemente, decidiu publicar um livro explicando a eficácia dessa fórmula e de como buscar a felicidade, independentemente do que a vida nos dá. "Solve for Happy" é o título.

A minha teoria é que nasci feliz e, quanto mais vivi, mais infeliz me tornei", disse Mo Gwadat. "Estava muito infeliz, reclamava sobre tudo e tentava, constantemente, controlar o mundo. Comprava carros, gastava dinheiro e tentava preencher o vazio na minha alma a qualquer custo e de nada adiantava".

Enriqueceu. Comprou um ótimo carro e uma grande casa. Casou com a namorada da juventude e teve dois filhos, mas continuou sentindo-se miserável. Procurou ajuda em livros de bem-estar e autoajuda, mas não se identificou. Precisava de uma solução mais pragmática. Demorou sete anos e meio para criar a fórmula: "A felicidade é igual ou maior do que os acontecimentos da vida, menos a expectativa de como a vida deveria ser".

Gawdat diz que a razão que nos leva a sentir a infelicidade tem a ver com o fato de termos sido educados para encarar certos acontecimentos de uma forma pouco realista. Para o autor, a percepção da realidade é uma característica comum "a todas as pessoas felizes com que nos deparamos". Perceber que a vida corre nem sempre como seria de esperar e aceitar que, nesses casos, nada há a fazer.

A preocupação excessiva com o futuro é quase uma imposição de infelicidade. Se temos disponibilidade mental para nos preocuparmos com o futuro, é porque neste momento, no presente, está tudo bem. Os ciclos mentais focados no passado e no futuro são o que nos faz infelizes.

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