Os romeiros corinthianos reverenciam Romero
O Corinthians foi montado somente com fé, e nada mais. Não havia dinheiro, não existia fama, nem mesmo entendiam de administração de um time de futebol. Fé. Apenas fé de meia dúzia de pobres da periferia paulistana montaram um time que pertenceria a sua torcida. Para nele jogar, exigiam somente: garra e determinação. Assim nasceu o time mais querido do Brasil. O time mais iluminado.
Uma procissão de 46.462 romeiros entrou em seu templo. Desfraldaram uma imensa bandeira. Fé. Somente fé nela estava estampada. O credo do corinthiano é maior que todas as adversidades. Foi assim, sempre será. É verdade que o Corinthians tem um andor onde desponta Jadson, Rodriguinho e Fagner. Todos os demais vão em procissão caminhando, correndo com os torcedores. Também é verdade, que o símbolo da raça é o paraguaio Romero. O único atacante da história corinthiana que não sabe driblar, não sabe chutar, não sabe cabecear e nem dar bons passes. Mas, ninguém como ele corre e luta. Há fanfarrões em todos os times, no Corinthians há humildade. Há estrelas nos outros times, no Corinthians há unidade.
Os ruins, quando são do Corinthians, são os primeiros. Falem, nós trabalhamos. Critiquem, nós suamos. Blasfemem, nós praticamos o levantamento de taças. Sigamos em romaria...
França elege Macron e o mundo respira aliviado
A França disse não ao populismo. A soberba vitória de Macron com 30% de votos a mais que a ultradireitista Marine Le Pen, freia a onda de descontentamento populista que triunfou nas eleições presidenciais dos Estados Unidos e no Brexit da Inglaterra. À frente de um novo movimento centrista denominado "Em Marche!", derrotou com rotundidade Le Pen, aliada de Donald Trump (EUA) e de Vladimir Putin (Rússia). Macron, com 39 anos, será o presidente mais jovem da República francesa.
A história nunca se move em linha reta. Em plena época de nacionalismos exacerbados, de populismo desenfreado e, fundamentalmente, de ódios à flor da pele, a França toma outro caminho. O rumo do liberalismo econômico, da integração com todos os países do mundo e da integração com todos os povos, inclusive com os imigrantes. Ufa! O mundo respira aliviado. Viva la France!
O sonho do trabalhador é ser patrão e não revolucionário
Uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo, vinculada ao PT, deixou os esquerdistas brasileiros atônitos. Mostrou que o povo da periferia de São Paulo não quer saber de revolução e sim de ser patrão. Mas o governo federal leu a pesquisa e está preparando um pacote para facilitar a abertura de microempresas nas favelas paulistanas nos próximos dias. O interlocutor do projeto federal será o prefeito João Doria, aliás, identificado na pesquisa petista como uma das pessoas que "vieram de baixo" e cresceram por mérito próprio. As outras duas figuras nessa situação, além de Doria, mais lembradas foram Lula e Silvio Santos. Os três representam a "historia de ascensão social bem sucedida" e remetem à liberdade de "ser dono do próprio nariz". Viva a pequena burguesia, abaixo a revolução.
Viva la revolución
O "Labor Day", Dia do Trabalhador nos Estados Unidos é uma exceção no calendário mundial. É comemorado na segunda-feira de todos os setembros, ao invés do Primeiro de Maio em todos os países do planeta. Mas o Primeiro de Maio foi um dia de protestos em várias cidades norte-americanas. Em Los Angeles, reuniu 15 mil pessoas. "Tenho orgulho de ser um bad hombre" era um dos temas mais anunciados. A referencia é de um momento célebre dos debates entre Hillary Clinton e Donald Trump, em que o agora presidente prometeu deportações em massa porque há muito imigrantes que são "bad hombres" (homens ruins).
Mais de 100 grupos de manifestantes marcharam em Los Angeles para protestar contra o Muro de Trump. A marcha contou com a participação de mariachis, bandas de rock e de hip hop e até um padre que afirmou: "Vocês têm fé? De que lado acham que Deus está?"
O ambiente era de fervor e de raiva. Mas também de comunhão e festa. Em um dia que não é de feriado, com 30 graus Celsius à sombra, apareceu gente de todas as raças com a mesma mensagem - contra o muro. Também lembraram de cobrar melhores salários. Os direitos dos trabalhadores diferem de Estado para Estado, mas o status quo é um bocado miserável, ao contrário do que imaginam muitos brasileiros. Não há subsídios de férias nem décimo-terceiro salário, não há licença de maternidade e nem de casamento. Em contrapartida, o mercado voltou a se fortalecer e é fácil encontrar emprego.
O que ninguém esperava e está em todos os jornais dos EUA é o "escândalo" ocasionado pelos discursos de muitos que participaram desse evento. Tal qual um comício de Fidel, o "Viva la revolución", ressurgiu nos Estados Unidos. Em tempos de extremismos patrocinados por Trump, o outro lado do espectro ideológico volta aos comícios.