Pai pobre, filho pobre. A desigualdade é herdada
Há uma década, Craig Froehle, professor da universidade de Cincinnatti, desenhou uma ilustração que mostrava a diferença entre desigualdade e equidade. No primeiro cenário, três crianças de diferentes alturas estão em cima de caixas do mesmo tamanho para ver uma partida de beisebol. Representa a igualdade. Na imagem seguinte, que representa a equidade, a justiça, cada criança está em cima de caixas adaptadas à sua altura para que os três tenham a mesma panorâmica. Na América Latina, a região mais desigual do mundo, esses suportes, essas caixas da equidade, são praticamente inexistentes.
12% dos filhos de pais pobres terminam a faculdade.
A extensa pesquisa da RED-2022, financiado pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina, mostrou que apenas 12% dos filhos de pais pobres terminam uma faculdade. A mobilidade social da região é muito escassa. É muito difícil que os mais vulneráveis saiam de seu círculo de pobreza. No outro lado, os ricos mantém seus privilégios, passando de geração em geração.
A localização geográfica e a oportunidade de trabalho.
A localização geográfica dos pais condiciona as oportunidades de trabalho dos filhos. Quase a metade das novas gerações vive no mesmo bairro de seus pais. E 33% vive na mesma casa. Pouco mais de 30% dos filhos ocupa a mesma profissão do pai. Em torno de 20% dos empregados conseguiram trabalho graças à influência de um membro da família.
Além da educação, casa própria.
Os estudiosos afirmam que essa situação só pode ser modificada com uma educação massiva de qualidade, quase inexistente na América Latina. Além da educação, advogam por políticas que revertam a aquisição, titulação e qualidade da casa própria; inclusão financeira nos lares e heranças progressivas em vida bem desenhadas. Educação e casa própria, são a saída da falta de equidade, segundo os autores do extenso estudo.