Pelo olhar sincero das crianças, idoso é sinônimo de experiência
Estamos nos acostumando a profecias amalucadas. Desde encontrar extraterrestres a ter uma casa em Marte. Virou lugar comum. Mas há uma profecia que merece debate. Ray Kurzwel, que profetizou que nos anos 2.000 um computador poderia ganhar uma partida de xadrez de um humano, acaba de afirmar que a inteligência artificial, em seis anos, terá comportamentos semelhantes aos dos humanos. Mais ainda, garantiu que demorará, mas os humanos conquistarão a imortalidade. A ciência permitirá que o ser humano morra só quando deseje.
Aqueles homens de 900 anos.....
Essa profecia está centrada no tema, cada vez mais insistente, da velhice. Há uma enorme quantidade de "receitas" para viver melhor essa parte da existência, atualmente, considerada negativa. No passado, ancião era símbolo de sabedoria. Basta recordar a Bíblia para conferir a importância dos grandes patriarcas como Noé, Moisés, Matusalém e Abrão. Todos tinham 900 anos de idade? É óbvio que é um mito, mas demonstra a importância da idade avançada, a idade tida como da sabedoria.
Cultura vem de cultivar a terra, observar a natureza.
Não faz muito tempo, no mundo rural, o ancião era visto como sinônimo de sabedoria acumulada. Sabia coisas que os jovens ignoravam. Eram escutados com respeito. O vocábulo "cultura", nasce de cultivar a terra, de observar a natureza. Temos poucos exemplos no Brasil, um deles é do arquiteto Oscar Niemeyer, idealizador da cidade de Brasília e do prédio da ONU, em N.York. O famoso criador da arquitetura das curvas, que via como símbolo da sexualidade. Niemeyer viveu 109 anos, casou-se novamente depois dos 99 anos, e continuou criando belíssimos prédios. Viver cem anos e seguir atuando. Maravilhando o mundo com sabedoria.
A velhice no coração das coisas e nos olhos das crianças.
A velhice é um tempo de vida mais sossegado, menos desesperado. Sem a ansiedade de acumular. De maior apreço à vida. O prazer do silêncio, despojados do supérfluo e inútil. Do gosto pela amizade. Da facilidade de perdoar e de compreender a dor alheia se avivam com a velhice. Há um "paraíso" na velhice, está no olhar honesto das crianças. Elas não sabem fingir. Percebem a velhice como ela deve ser: respeitada.